Lideranças no Congresso cobram punição a Bolsonaro pela violência política

Eles exigem do poder Judiciário, da Justiça Eleitoral, do Ministério Público e do Ministério da Justiça que dediquem todo o esforço necessário para promover ações que garantam um processo eleitoral democrático com segurança, paz e tranquilidade

Vídeo mostra momento em que o bolsonarista invadiu a festa e atirou no militante petista (Foto: Reprodução)

“É preciso dar um basta! Mais um crime político fruto da violência de Bolsonaro”, diz nota conjunta das lideranças da minoria e oposição na Câmara dos Deputados sobre o assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, na madrugada deste domingo (10). O bolsonaristas e agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, autor do crime, encontra-se internado após a troca de tiros.

No documento, os líderes prestam votos de pesar, solidariedade à família e repúdio ao assassinato cometido por um militante bolsonarista que invadiu o aniversário da vítima gritando palavras de ordem de apoio a Bolsonaro.

Além de responsabilizar o presidente pela incitação ao crime, eles cobraram do poder Judiciário, da Justiça Eleitoral, do Ministério Público e do Ministério da Justiça que dediquem todo o esforço necessário para promover ações que garantam um processo eleitoral democrático com segurança, paz e tranquilidade.

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“Entre as ações para coibir a violência, a punição à conduta de Jair Bolsonaro deve ser prioridade. Não é possível que uma pessoa investida da responsabilidade institucional e constitucional de promover a paz entre os brasileiros seja o maior incitador à violência política no país e se manifeste neste sentido praticamente todos os dias”, diz um trecho da nota.

Destacam que o presidente incita seus apoiadores seja convocando militares para uma “guerra”, seja estimulando eles a desacreditar no sistema eleitoral e a se rebelarem contra a iminente derrota que sofrerá. “Bolsonaro comete crimes de responsabilidade, crimes eleitorais e crimes comuns. Sua atitude beligerante precisa ser contida, de forma urgente, com a força da lei, para que a lei não seja subjugada pela força das armas”, alertam.

Marcelo Arruda durante a festa do seu aniversário (Foto: Reprodução do Twitter)

Escalada da violência

Esperam que o crime que tirou a vida do dirigente petista seja o último desse tipo que testemunharam no Brasil. “Para isso, as instituições acima mencionadas precisam atuar de forma integrada e com o máximo esforço para garantir que situações como esta não voltem a se repetir”, cobram.

“Vamos requerer agenda com os representantes de todos os órgãos responsáveis por conter essa onda de violência e conclamamos que todas as forças democráticas se somem a esse movimento para garantir paz e segurança nas eleições”, diz um trecho da nota.

De acordo com eles, o Brasil está assistindo a uma escalada de violência em eventos da pré-campanha, com ataques em Uberlândia (15 de junho) e Rio de Janeiro (8 de julho). “Órgãos responsáveis pela segurança pública precisam estar com a vigilância redobrada para evitar a repetição de incidentes como estes, que não podem ser considerados fatos isolados, pois são resultado direto da disseminação sistemática do ódio como prática política”.

A nota foi assinada por Alencar Santana (PT-SP), líder da minoria; Wolney Queiroz (PDT-PE), líder da oposição; Reginaldo Lopes (MG), líder do PT; Renildo Calheiros (PE), líder do PCdoB;  Bira do Pindaré (MA), líder do PSB; Joenia Wapichana (RR), líder da Rede; André Figueiredo (CE), líder do PDT; Sâmia Bonfim (SP), líder do PSOL; e Deputado Bacelar (BA), líder do PV.

Senado

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que vai ingressar com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para responsabilizar Bolsonaro pela violência política em curso no país.

“As instituições, candidatos e partidos comprometidos com a democracia têm a obrigação de reagir ao avançar da barbárie bolsonarista. Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência”, disse o líder.

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