Estados Unidos: uma força assassina, senhores da barbárie

São variadas as formas de estrangular, assassinar e subjugar povos inteiros. É uma história de horror sem fim. As sanções econômicas têm demonstrado grande eficiência em destruir países e povos antes do “estupro” final. Por Elias Jabbour.

Foto: Exército dos EUA

Na medida em que o mundo se transforma, novos polos de poder mundial surgem e, em grande medida, o nível de consciência dos povos se eleva, vai ficando cada vez mais difícil para os Estados Unidos manterem sua fleuma de defensores da “democracia” e dos “direitos humanos”. Muito ainda há de ser revelado. Por exemplo, é preciso que o mundo saiba que o nazismo alemão teve grande inspiração na política de segregação racial norte-americana. O país mais racista e mais violento do mundo parece ser herdeiro legítimo da cultura nazista acerca de uma “raça superior” dotada de um “destino manifesto”. Quando transformada em política externa, torna-se uma grande força assassina, elemento de instabilidade, guerras e pilhagens.

Os exemplos são muitos. Todos os golpes de Estado que resultaram em governos militares fascistas na América Latina nas décadas de 1960 e 1970 tiveram a participação direta dos Estados Unidos. A ditadura militar argentina assassinou 20 mil pessoas, enquanto a do Chile vitimou outras 30 mil. São armas, proteção e orientação do imperialismo norte-americano que encobre um verdadeiro massacre que ocorre no Iêmen onde a Arábia Saudita assassinou 400 mil pessoas nos últimos anos, sendo 100 mil crianças. Documentos disponibilizados ao público também atestam a ampla participação dos Estados Unidos em um dos maiores massacres do século XX ocorrido no ano de 1965, no qual quase um milhão de pessoas foram assassinadas pela ditadura de Suharto, na Indonésia, apoiada por Estados Unidos. Segundo Bill Clinton, Suharto é o “tipo de amigo que gostamos”.

O imperialismo assassino norte-americano não se contentou em apoiar massacres mundo afora. Suas mãos banhadas de sangue podem ser observadas no Laos, país onde os Estados Unidos despejaram mais bombas do que em toda a 2ª Guerra Mundial. A Guerra da Coreia (1950-1953) foi um grande campo de testes de armas de todos os tipos, principalmente as chamadas armas químicas e bacteriológicas. A capital da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Pyongyang, foi destruída até a última edificação. Aliás, o único país do mundo a se utilizar de artefatos nucleares contra outro país é justamente os Estados Unidos. De imediato foram mortas 140 mil pessoas somente em Nagazaki, mas as consequências deste ato brutal podem ser sentidas até os dias de hoje.

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O mesmo pode ser observado no Vietnã onde a intervenção norte-americana causou a morte de dois milhões de vietnamitas e onde o terror das armas químicas, bacteriológicas e milhões de litros de “napalm” se fizeram sentir sobre toda a Península da Indochina. O imperialismo norte-americano é o maior poder corruptor e assassino da história da humanidade!

É uma história de horror sem fim. São variadas as formas de estrangular, assassinar e subjugar povos inteiros. As sanções econômicas têm demonstrado grande eficiência em destruir países e povos antes do “estupro” final. O caso do Iraque é sugestivo, no qual sanções foram aplicadas ao país entre 1991 e 2003. O aumento da mortalidade infantil, pobreza e sofrimento do povo iraquiano neste período levou dois altos representantes da ONU no Iraque a renunciar em protesto. As estimativas de mortes de civis durante as sanções estiveram na faixa de 100 mil a mais de 1,5 milhão, a maioria delas crianças. Após as sanções veio a guerra de rapina e ocupação de 2003 até recentemente. Em nome dos “direitos humanos” e da “democracia” foram assassinados cerca de 400 mil civis. No Afeganistão, outros 200 mil mortos. A chamada “guerra ao terror” já matou em torno de um milhão de inocentes mundo afora.

A lista dos crimes cometidos pelo imperialismo norte-americano pode incluir o irrestrito apoio político ao Apartheid sul-africano, o assassinato de milhares de pessoas simpáticas aos movimentos de libertação popular na África, incluindo o líder congolês Patrice Lumumba e outros mártires revolucionários na América Latina, África e Ásia. Dentro deste quadro não podemos nos surpreender com o apoio material, político e moral do imperialismo norte-americano a países governados por coalizões políticas com forte apelo nazista. O caso da Ucrânia é exemplar, onde um governo que se utiliza de nazistas para massacrar as minorias étnicas russas conta com o apoio e a solidariedade do chamado “Ocidente”.

Correto estava Georgi Dmitrov, o líder búlgaro da Internacional Comunista. Acusado de ter sido um dos responsáveis pelo incêndio do Reichstag em 1933, ao ser perguntado pelo juiz o que ele achava do nazismo, respondeu que se tratava de um fenômeno típico do capitalismo e que não deveríamos nos surpreender com o surgimento de uma nova vaga fascista do outro lado do Atlântico.

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