Movimento ‘Fora Bolsonaro’ fará mobilização única em defesa da democracia dia 11

Centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis vão às ruas contra o golpismo do governo Bolsonaro, em defesa da democracia e por eleições livres

Foto: Elineudo Meira

Movimentos sociais, sindicais, estudantis, partidos políticos e as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, entre outras articulações, decidiram unificar as manifestações da campanha “Fora Bolsonaro” com atos públicos em todo o país no próximo dia 11. Com o mote “Voltar às ruas em defesa da democracia e de eleições livres”, a mobilização é parte de uma grande frente de toda a sociedade contra os constantes ataques à ordem democrática no Brasil e o golpismo do governo Bolsonaro.

Segundo o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e um dos líderes da Campanha, Raimundo Bonfim, os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e às instituições do país exigem uma resposta imediata de amplos setores da sociedade civil comprometidos com a democracia, com o combate ao desemprego, a fome, a carestia e a destruição do meio ambiente, bem como a luta por garantias de direitos sociais.

 “Diante das declarações golpistas do Bolsonaro retomaremos às mobilizações de rua. Vamos defender a democracia e as eleições livres em respeito à soberania popular do voto. Não aceitaremos o golpe pretendido pelo presidente da República. Em outubro, vamos às ruas pôr fim neste governo autoritário e genocida. O Brasil não aguenta mais Bolsonaro e sua turma”, disse Bonfim.

A reação democrática

Na convocatória, divulgada no último dia 26 de julho, a coordenação da campanha salienta que “a escalada autoritária e golpista” de Jair Bolsonaro (PL) “exige a mobilização de todas as vozes comprometidas com a democracia e com a luta por direitos sociais, contra a violência, a destruição do meio ambiente, o desemprego e a fome.”

Nesse sentido, o 11 de agosto começa com a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”. Mobilizada por alunos, professores e diretores da universidade, a carta é um manifesto em defesa da democracia aberto a toda sociedade e já conta com mais de 720 mil signatários; entre eles estão diversas personalidades do meio jurídico, banqueiros, acadêmicos, artistas e empresários. Na ocasião também será lido o manifesto em “Em Defesa da Democracia e da Justiça” organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O documento foi assinado por mais de 100 entidades até o momento. Ambas serão lidas em frente à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), às 11 horas da manhã.

André Tokarski, secretário nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, disse que “se a carta de hoje mobilizar o sentimento de setores e segmentos da sociedade como foi capaz de mobilizar há 40 anos, em 1977, ajudando a abreviar, pôr fim ao regime ditatorial, a ditadura militar no país, nós poderemos contar com uma força social que até aqui tinha se omitido, mas que pode ajudar a reverter essa tendência de retrocessos democráticos e ajudar a impor barreiras a tentativa de golpe do governo e do presidente Jair Bolsonaro.”

Participe: assine o manifesto aqui

Logo depois, às 17 horas, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista em São Paulo, acontece um ato público. Demais atos estão sendo organizados em todo o país e locais e horários serão definidos ao longo dos próximos dias. 

Mês dos Estudantes

Dia 11 de agosto é o Dia do Estudante e a juventude brasileira também estará nas ruas. A data é parte do calendário de mobilizações marcadas por entidades representativas da categoria para o mês de agosto. A União Nacional dos Estudantes (UNE), que completa 85 anos neste mesmo dia, já havia definido a data como uma “agenda de luta em defesa da democracia e das eleições livres e sem golpe”, durante seu 68º congresso realizado em julho.

“Precisamos construir um mobilizado e gigantesco 11 de agosto, com os caras pintadas, por todos os cantos deste país, para acumularmos força e disputarmos as ruas do Brasil. Nós, universitários, fomos protagonistas da resistência ao Governo Bolsonaro e seremos ainda mais protagonistas, daqui até as eleições, para defendermos um projeto de reconstrução do Brasil com base na educação”, diz trecho da resolução aprovada.

De acordo com Bruna Brelaz, presidenta da entidade, “será a partir da nossa luta e do enfrentamento ao fascismo que nossas universidades poderão se unificar para conseguir defender o ensino público e o Brasil”.

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