Mais um crime de ódio político: bolsonarista mata petista em MT

Caso aconteceu na zona rural do município de Confresa, após discussão política na noite do dia 7. Autor matou vítima a facadas e tentou decapitá-la

Foto: Polícia Civil/Divulgação

A escalda de violência política no país acaba de fazer mais uma vítima. Na noite desta quarta-feira (7), um bolsonarista matou um petista a facadas na zona rural do município de Confresa, em Mato Grosso. Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que confessou ter matado Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, foi preso nesta quinta-feira (8). O assassinato ocorreu após discussão de teor político entre ambos. 

Segundo a polícia, o autor ainda tentou decapitar a vítima e, após o crime, filmou o corpo. O delegado responsável, Higo Rafael Ferreira de Oliveira, explicou que a polícia foi acionada na manhã seguinte, após o cadáver ser encontrado. O suspeito tentou fugir, mas foi achado e levado à delegacia. Após audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão de Oliveira para preventiva por crime de ódio político. 

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Pelas redes sociais, o ex-presidente Lula declarou: “É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”. 

O juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, responsável por manter Oliveira preso, apontou, em sua decisão, que “em um Estado democrático de direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado”. 

Nesse mesmo dia, na capital do estado, Cuiabá, um jovem foi espancado pelo padrasto por ter postado um meme do presidente Bolsonaro num grupo de mensagens da família.

Estes casos se somam a uma série de outros que mostram o aumento dos casos envolvendo brigas e mortes por razões políticas. Um dos mais simbólicos dessa grave escalada foi o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR), em julho.