Orlando Silva: “Espero que a agenda antirracista avance no Congresso”

A afirmação foi feita pelo parlamentar no terceiro dia de lives da Folha com candidatos a deputado e deputada federal por São Paulo.

O deputado federal e candidato à reeleição, Orlando Silva (PCdoB-SP) | Foto: reprodução/Facebook

“Quero ser reeleito para ver a agenda antirracista avançar no Congresso”. Afirmou Orlando Silva, deputado federal do PCdoB/SP e candidato à reeleição, durante live realizada nesta quarta-feira (21) pelo Instagram da Folha de S. Paulo. O parlamentar foi entrevistado pelo repórter Joelmir Tavares no terceiro dia de lives do jornal com candidatos a deputado por São Paulo.

Na ocasião, Orlando disse que ajudou a construir uma agenda legislativa “uma comissão de juristas negros” de enfrentamento ao racismo estrutural nos planos econômico, social, educacional, cultural e político e quer dar continuidade a ela.  

“Eu quero defender essa agenda que garante romper com a sub-representação política do povo preto no Brasil, que garanta direitos e oportunidades para que nós possamos produzir igualdade racial, incluindo aí as cotas”, afirmou.

Segundo o parlamentar, essa desigualdade também aparece na política. “O Brasil tem 513 deputados e deputadas federais. 21 são pretos e pretas. O estado de São Paulo tem 70, mas apenas dois são pretos. Eu e mais um. Isso é um sinônimo de que não pode mais continuar como está. A desigualdade racial também aparece na política e tem gente que se incomoda quando eu falo isso. Mas nós temos que falar sobre isso. Porque quem não vive os problemas reais, não consegue nem pensar em enfrentá-los.”

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Orlando disse que, caso seja reeleito, continuará atuando na defesa dos direitos humanos. Para ele, o governo “é o maior violador de direitos humanos do Brasil”, visto que descumpre totalmente seu papel de garantir e facilitar acesso aos direitos fundamentais como a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a moradia.

“Nós procuramos denunciar, pressionar o governo para respeitar os direitos humanos. O governo brasileiro é o maior violador de direitos humanos do Brasil. O discurso do presidente da legitimidade a ações violentas, muitas tragédias que temos vivido no Brasil tem a ver com a legitimação que é dada pelo discurso do presidente.”. Diante disso, Orlando disse que quer ter uma agenda forte de direitos humanos “para valorizar a dignidade humana, batalhar por direitos essenciais que têm sido negados como direito à moradia.”.

À Folha, o deputado afirmou ainda que, em novo mandato, atuará em defesa da educação. “Eu acredito que um debate central do próximo período será como recuperar os dois anos da educação, porque para o filho do rico, a pandemia não trouxe o maior dano na educação, porque ele estava conectado, tinha acesso a outras fontes de formação, para o filho do trabalhador foram dois anos perdidos.”

Outra pauta que ele pretende levar ao Congresso será a regulação da internet. Segundo ele, é preciso assegurar a liberdade de expressão e garantir o direito de todos os usuários.

“Eu estudo esse tema faz dois anos (…) Tem gente que imagina que a internet tem um território livre, que não há regras. Todos podem falar a liberdade absoluta. Isso não é verdade. Há uma regulação privada que atende ao interesse das ‘Big Techs’ – grandes plataformas digitais. E o usuário muitas vezes não sabe que nem tudo que tem na internet ele vê. Mas quem seleciona o que ele vê? Definições privadas. A coleta e tratamento de dados pessoais tem um impacto muito forte na nossa vida, e a regulação da internet tem que ser para assegurar a liberdade de expressão, mas garantir o direito de todos os usuários.”

Para assistir a íntegra da entrevista, clique aqui.

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Com informações da Folha de S. Paulo

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