Viagens internacionais de Bolsonaro geram novo pedido de impeachment

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), autor da ação, diz que o presidente quebrou o decoro ao usar os dois eventos para fazer propaganda eleitoral

(Fotos: Reprodução do Twitter)

As viagens de Bolsonaro ao funeral da rainha Elizabeth 2ª, em Londres, e para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, geraram um novo pedido de impeachment contra ele. De acordo com autor da ação, senador Jean Paul Prates (PT-RN), o presidente quebrou o decoro ao usar os dois eventos para fazer propaganda eleitoral.

O senador, que fez o nono pedido de impeachment, diz que ficou caracterizado o crime de responsabilidade. No caso do Reino Unido, Bolsonaro fez uso do prédio público (embaixada brasileira de Londres) para promover sua campanha à reeleição e, mais uma vez, descredibilizou o sistema eleitoral brasileiro, colocando em dúvida a regularidade do pleito, no dia 2 de outubro.

“Ao desrespeitar o funeral de Chefe de Estado de nação estrangeira, promovendo comício eleitoral a poucos quilômetros de distância do local de onde era velado o corpo da Rainha Elisabeth 2ª, o presidente da República, Jair Bolsonaro, atentou contra a dignidade, a honra e o decoro do cargo que ocupa, rebaixando a função pública que exerce, em total violação à Constituição Federal e ao povo brasileiro”, justificou.

Quanto a viagem aos Estados Unidos, o chefe do estado fez o uso do discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU para mais uma vez promotor ato de campanha eleitoral.

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“Os atos e as declarações do denunciado constituem, portanto, crime de responsabilidade de utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral, na medida em que fez uso do cargo, em viagem oficial de chefe de estado custeada com recursos públicos, para promover atos de abuso de poder político às vésperas do pleito eleitoral”, argumentou.

“Além do mais, ao transformar o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização da ONU em Nova York em ato de promoção pessoal com motivações eleitorais, desrespeitando os demais países do mundo e o direito internacional, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, corrompeu mais uma vez a credibilidade do cargo que ocupa e da própria instituição republicana que representa”, completou.

Jean Paul Prates – Waldemir Barreto/Agência Senado
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