“Lula está mais confortável e vai ampliar o diálogo”, diz Marcio França

Márcio França (PSB) avalia campanha em São Paulo e se mostra otimista com apoios no Estado para Lula e Haddad.

Haddad, Lula, França e Alckmin em ato em SP. Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula e os representantes dos partidos que integram a Coligação Brasil da Esperança dão início ao segundo turno da campanha eleitoral e concederão entrevista coletiva após reunião de coordenação realizada nesta segunda-feira, 3 de outubro, em São Paulo (SP).

A Coligação Brasil da Esperança é formada pelas federações FE BRASIL (PT/PV/PC do B) e PSOL/REDE, PSB, Solidariedade, Avante e o Agir.

O ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), comentou o resultado eleitoral ao chegar para a reunião que pretende acelerar a análise dos resultados e o debate sobre a estratégia para o segundo turno.

França, que foi candidato ao Senado, disse que está otimista com a eleição estadual e nacional. Ele considera que o segundo turno vai favorecer o debate de ideias, em contraposição a Jair Bolsonaro e também a Tarcísio de Freitas, ambos do PL.

“A situação do Lula é bem mais confortável”, avalia ele, citando o pequeno percentual de votos que faltou para vencer no primeiro turno. “Só com votos da Simone já daria para resolver”. 

Para ele, Bolsonaro perdeu parte do discurso acusando risco de fraude eleitoral. “Como ele vai explicar que a urna não valia, se conseguiu eleger os filhos, por exemplo”, indagou. Além disso, seu partido acabou tendo um desempenho superior ao esperado nas urnas. 

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“Bolsonaro mostrou que sabe se virar na politica e que tem votos”, avaliou.

Disputa estadual

Embora considere Tarcísio um técnico, “com seus méritos”, avalia que o fato de ser desconhecido no estado vai fazer diferença. “No segundo turno, vamos debater mais sobre São Paulo e Haddad vai mostrar que tem mais capacidade”, afirmou, considerando a importância de um resultado paulista para todo o país.

Ele também relatou que suas conversas com prefeitos do Estado de São Paulo apontam para uma preferência pela política. “Tarcísio não é a política”, diz, referindo-se ao perfil bolsonarista do candidato, menos republicano no trato federalista.

Márcio França acredita que a campanha deve se aproximar do setor agrícola do Estado. Embora o agronegócio de exportação seja refratário à esquerda, a agricultura familiar importa mais no estado de São Paulo, na opinião dele. Mas também acredita que pode contribuir para aproximar os policiais militares e gerar uma conversa com o segmento, que representa um milhão de trabalhadores. Para ele, o setor progressista precisa acabar com as ressalvas que tem com o setor.

Apoio tucano

Também apontou para a possibilidade de apoio de Rodrigo Garcia, candidato tucano derrotado ao governo de SP. Embora ainda não tenha conversado a respeito, avalia que  o governador “não vai fazer campanha para alguém que não é do estado”.

Ele também não acredita que a estratégia da campanha para derrotar Rodrigo, em favor de Tarcísio no segundo turno, seja um impedimento. Ele diz que o tucano sabia que “numa eleição polarizada, quem estivesse no meio seria trucidado”. Rodrigo Garcia foi a vítima da vez.