PF vê indício de corrupção na estatal entregue por Bolsonaro ao centrão

Gerente da Codevasf em São Luís (MA) foi afastado do cargo ao ser acusado de receber propina de R$ 250 mil de empresas envolvidas em desvios de recursos

Foto: reprodução/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) vê mais um indício de corrupção na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), responsável por obras e serviços no Nordeste, Norte e no Distrito Federal. Na última quinta-feira (29), a polícia afastou um gerente da estatal em São Luís (MA) acusado de receber propina de R$ 250 mil de empresas que estariam envolvidas em um esquema de desvios de recursos públicos.

Em troca de apoio político no Congresso, Bolsonaro entregou a estatal para o centrão. O grupo é comandado pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que indicaram o presidente da companhia, Marcelo Moreira Pinto.

A PF, que não revelou o nome do gerente afastado, diz que antes foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa dele. De acordo com a polícia, a ação faz parte da segunda fase da Operação Odoacro, que visa desarticular o núcleo de uma suposta organização criminosa composta por servidores públicos que estariam fraudando licitações e desviando verbas federais da Codevasf.

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A principal empresa envolvida é a Construservice, a segunda que mais realizou contrato com a estatal durante o governo Bolsonaro. A empresa tem acordos para a realização de obras de pavimentação com asfalto ou bloquetes que somam R$ 15 milhões.

Na primeira fase da Operação Odoacro, a PF prendeu o principal sócio da empresa Construservice, Eduardo José Barros Costa, o “Eduardo Imperador”. Ele foi solto após pagar fianças de R$ 121 mil. O empresário é monitorado por tornozeleira eletrônica.

Sócio da empresa Construservice Eduardo José Barros Costa, o “Eduardo Imperador” (Foto: Divulgação)
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