Carta para o Brasil do Amanhã: como Lula vai reconstruir o País

Em 13 pontos, documento sintetiza os compromissos firmados por Lula ao longo da campanha eleitoral.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta quinta-feira (27) a Carta para o Brasil do Amanhã – um documento que sintetiza diretrizes e propostas “para a reconstrução do País”. Em 13 pontos, o texto sintetiza os compromissos firmados por Lula ao longo da campanha eleitoral. Trata-se de um programa para superar e reverter os quatro anos de governo de destruição nacional sob o mandato de Jair Bolsonaro (PL).

“É possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável – e é isso que vamos fazer, seguindo as tendências das principais economias do mundo”, afirma Lula. “O Brasil precisa de um governo que volte a cuidar da nossa gente, especialmente de quem mais necessita. Precisa de paz, democracia e diálogo. É com a força do nosso legado e os olhos voltados para o futuro que dirijo esta carta ao povo brasileiro.”

Os 13 pontos destacados na Carta são:

  • Desenvolvimento econômico com investimentos
  • Desenvolvimento social com trabalho e renda
  • Desenvolvimento sustentável e transição ecológica
  • Educação
  • Saúde
  • Habitação e infraestrutura
  • Segurança
  • Cultura e esportes
  • Direitos humanos e cidadania
  • Reindustrialização do Brasil
  • Agricultura sustentável
  • Política externa
  • Democracia e liberdade

O documento tem como base o programa da coligação Brasil da Esperança, mas incorpora sugestões de partidos, entidade e lideranças que passaram a apoiar Lula no segundo turno. É o caso da senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada na eleição presidencial de 2022. Nesta semana, em aceno à frente ampla que se formou em torno de sua candidatura, Lula tem enfatizado que não fará “um governo do PT”.

A Carta para o Brasil do Amanhã também expõe os pilares do que será a política econômica do terceiro governo Lula. “A reconstrução do Brasil exige uma gestão pública competente, responsável, aberta ao diálogo e com a mais ampla participação da sociedade. Exige uma gestão da economia com credibilidade, responsabilidade e previsibilidade”, frisa o documento.

Esses compromissos foram bem recebidos no mercado. Logo após a divulgação da Carta, que foi chamado por investidores de “Kit-Lula”, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, registrou alta de 3,08%.

Diferentemente de Bolsonaro, Lula deixa claro que o foco da responsabilidade fiscal é o combate às desigualdades sociais. “As primeiras medidas de nosso governo serão para resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiros e brasileiras. A democracia só será verdadeira quando toda a população tiver acesso a uma vida digna, sem exclusões”, aponta o ex-presidente.

Segundo Lula, “a política fiscal responsável deve seguir regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com o enfrentamento da emergência social que vivemos e com a necessidade de reativar o investimento público e privado para arrancar o país da estagnação. O sistema tributário não deve colocar o investimento, a produção e a exportação industrial em situação desfavorável, nem deve penalizar trabalhadores, consumidores e camadas de mais baixa renda”.

A data da apresentação da Carta coincide com o aniversário do ex-presidente, que completa 77 anos nesta quinta-feira. Daqui a três dias, Lula pode ser conduzido a um terceiro mandato na Presidência da República, caso derrote Bolsonaro e vença o segundo turno das eleições 2022. O primeiro turno terminou com 48,4% dos votos válidos para Lula e 43,2% para Bolsonaro.

Autor