Fiasco de atos bolsonaristas reflete queda na adesão ao golpismo 

Protestos marcados para esta segunda-feira (7) tiveram poucas interdições pelo país. Procurador vê “financiamento oculto” dos atos antidemocráticos e PF abre inquéritos

Foto: Marcelo Pinto/ A Plateia/Fotos Públicas

Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) seguem promovendo atos golpistas contra a eleição de Lula (PT), mas o movimento perdeu força e apoio desde a semana passada, quando estradas foram bloqueadas com a complacência da polícia, especialmente a Polícia Rodoviária Federal, gerando atos violentos e transtornos que colocaram em risco a saúde de pessoas e o abastecimento de cidades. 

Novos protestos antidemocráticos foram chamados para esta segunda-feira (7), porém, houve registros de poucos focos de interdição nas estradas. Foram verificadas manifestações com obstruções em rodovias de Rondônia, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina, mas sem impacto e boa parte já desfeita. 

Neste domingo (6), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a polícia do Acre desobstruísse vias públicas que “ilicitamente estejam com seu trânsito interrompido”. A decisão foi tomada após o Ministério Público do estado ter relatado “pouca vontade” da PM em agir nesses locais. O MP-AC ainda cita o “financiamento do agronegócio” nos atos. 

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Segundo o procurador do Ministério Público do Distrito Federal, Frederico Paiva, que investiga esses bloqueios, há suspeita de financiamento oculto dos grupos golpistas. 

“Os caminhoneiros tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás”, disse Paiva à GloboNews. O procurador defendeu ainda que sejam identificados os financiadores. “É de fundamental importância identificar quem fomentou esse movimento, e que sofra severa punição”, declarou, salientando que esse processo ajudaria a evitar que novos atos dessa natureza acontecessem. 

A partir dos bloqueios ocorridos na semana passada, logo após a vitória de Lula, e considerando a atuação leniente da PRF, o Ministério Público Federal pediu a abertura de inquérito do diretor da corporação, Silvinei Vasques. Até a última quinta-feira (3), a Polícia Federal já havia aberto mais de 20 procedimentos de investigação sobre os bloqueios, para apurar a organização e o financiamento dos atos golpistas, além de destruição de patrimônio.