Câmara de Criciúma rejeita processo de cassação contra Giovana Mondardo

Vereadores preferem não passar pelo constrangimento de abrir um debate sobre nazismo, ao tentar punir vereadora do PCdoB

Vereadora de Criciúma (SC), Giovana Mondardo (PCdoB)

A Câmara de Vereadores de Criciúma (SC) votou na sessão desta terça-feira (8), a abertura de processo de cassação contra a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) por suposta quebra de decoro parlamentar. O pedido foi negado por unanimidade pelos parlamentares, o que representa uma vitória para a vereadora que vem denunciando o caráter antidemocrático das manifestações bolsonaristas na região. O pedido foi protocolado por três servidores públicos e um empresário na noite dessa segunda-feira (7).

A denúncia foi lida pelo vice-presidente do Legislativo, vereador Júlio Kaminski (PP), e depois colocado em votação no plenário pela presidente da Câmara de Vereadores de Criciúma, Roseli De Lucca Pizzolo (PSDB). Os 15 parlamentares presentes na sessão votaram contra a admissibilidade da acusação e arquivaram o processo. 

Nas redes sociais, ela agradeceu a mobilização contra o processo. “Obrigada a todos e todas pela gigante mobilização. Não tenho palavras pra agradecer esse movimento em defesa da democracia que criamos tão rapidamente!”, afirmou Giovana. Ele se refere aos vários parlamentares, entidades, personalidades e amigos que manifestaram solidariedade. No dia do protocolo, a vereadora não se intimidou e subiu ao plenário para denunciar o caráter antidemocrático e fascista das manifestações que tentam sabotar os comerciantes que votaram em Lula.

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O documento pedia a cassação devido uma possível quebra de decoro parlamentar por parte da vereadora, em razão de publicações em redes sociais, no dia 2 de novembro, no qual ela sugere a possibilidade de apologia ao nazismo em São Miguel do Oeste (SC) em evento de protesto, que registrou uma multidão com a mão estendida cantando o Hino Nacional. A imagem repercutiu pelo mundo, gerando repúdio de comunidades judaicas, e das Embaixadas de Israel e Alemanha.

Nas redes sociais, Giovana disse que havendo unanimidade em rejeitar a cassação, seria votada ainda hoje. Do contrário, em próxima sessão. Com a repercussão enorme destas tentativas de punir pessoas que denunciam apologia ao nazismo, a eventual votação do pedido geraria enorme desgaste ao parlamento municipal. Outra vereadora, Maria Tereza Capra, presidente do PT em São Miguel D’Oeste, sofreu moção de repúdio na Câmara de sua cidade, pelo mesmo motivo, assim como o vice-presidente da OAB, o catarinense Rafael Horn, que também sofre ataques.

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Na sessão de hoje, a vereadora desafiou os autores do pedido que protestam contra o resultado eleitoral. Para ela, o desgaste deles nessa situação apenas a favorece:

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