Realizado diálogo online “A China na nova jornada e o mundo”

O encontro foi organizado pelo Departamento de Português do Centro de Programação em Línguas Europeias e Latino-americanas do Grupo de Mídia da China.

Foi realizado nesta quarta, 9/11, o diálogo online “A China na nova jornada e o mundo” organizado pelo Departamento de Português do Centro de Programação em Línguas Europeias e Latino-americanas do Grupo de Mídia da China. Na ocasião, representantes de think-tanks, especialistas e intelectuais proferiram discursos sobre os temas “Desenvolvimento da China aos meus olhos”, “Relações entre China e Países de Língua Portuguesa” e “Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade”.

A presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, parabenizou a realização do diálogo, e disse que a China sempre persistiu nas cooperações ao elaborar suas políticas externas, sustenta o multilateralismo e a soberania do todos os países. Ela salientou que iniciativa Cinturão e Rota proporciona às nações uma forma concreta para as cooperações, enfatizando que também testemunhou as cooperações estreitas entre a China e o Brasil.

O historiador, presidente do Observatório da China, coordenador Cultural da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e fundador e membro da Direção da Associação Mundial de Estudos Chineses, Rui Lourido destacou a importância do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh), realizado no mês passado. “Pessoalmente, considero de grande importância as conclusões do 20º Congresso do Partido Comunista (PCCh) para o país, mas igualmente para toda a comunidade internacional. Destaco o princípio orientador do PCCh e do governo, de ter sempre os interesses da população chinesa no centro da sua ação política.”

O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Diego Pautasso, mencionou que a China desempenha um papel importante em um mundo multipolar. “A China é um país chave para a consecução de uma ordem multipolar oposta à neoliberal e unilateral promovida por Washington. Cabe ao Brasil realizar uma leitura acurada das oportunidades e desafios para impulsionar o desenvolvimento e ocupar um lugar no sistema internacional compatível com sua estatura.”

O ex-reitor da Universidade Amílcar Cabral e investigador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, Fodé Mané, elogiou as conquistas obtidas pela China na última década. “Os indicadores estatísticos da China, principalmente, depois do 18º Congresso do PCCh, até ao 20º Congresso, demonstram que foram proporcionados à população um nível de vida muito elevado, não obstante a sua grandeza demográfica. E o que é mais importante é que foi provado que é possível incrementar o desenvolvimento econômico e reduzir o fosso entre os mais pobres e os mais ricos, que é possível avanços tecnológicos sem colocar em causa as tradições e valores culturais próprias. Por isso, apreciamos muito a citação da implementação do socialismo com características chinesas.”

O senador eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ex-governador do estado do Maranhão, Flávio Dino, falou das relações estreitas sino-brasileiras. “Somos nações que têm um futuro compartilhado em favor da humanidade. Somos nações distantes geograficamente, mas temos muita proximidade. Somos diferentes, mas não somos antinômicos. Ao contrário, podemos respeitar todas as culturas, todas as formas de organização política, todas as maneiras de viver para que tenhamos um mundo em paz.”

O colunista do jornal Folha de S. Paulo e ex-presidente da EBC, Ricardo Melo, forneceu uma análise geral sobre o atual cenário mundial, destacando a multilateralidade. Ele observou que a China tem mantido contatos positivos com outros países e procurado relações comerciais que sejam justas para todos, servindo como bom exemplo para a defesa da paz e da estabilidade global. 

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O pesquisador de Filosofia e Ética Ambiental e Filosofia Política no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, fundador e secretário-geral da Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal-China (CCDPCh) e vice-presidente do Observatório da China, Antônio dos Santos Queirós, alertou que a busca da hegemonia conduzirá à guerra e à crise ambiental. “Sem a China, a economia mundial teria entrado em recessão há mais de uma década. A Iniciativa de Desenvolvimento Global visa recuperar e concretizar a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, com um forte contributo da China em todos os domínios críticos, da saúde à transição ecológica. Cada nação deve poder escolher o seu próprio caminho para a democracia e o socialismo, mas esse caminho não é o da procura da hegemonia, que conduziu e hoje continua a levar as potências modernas para a guerra e o mundo para a crise ambiental.”

O professor associado da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autor do livro “China: o socialismo do século XXI”, Elias Jabbour, disse que o desenvolvimento econômico e social recente da China é o fenômeno mais impressionante de nossa época histórica. “Ele é resultado de uma correta escolha do povo chinês em 1949. Aos meus olhos, a experiência chinesa e a nova era do socialismo com caraterísticas chinesas – tendo a ‘prosperidade comum’ e a ‘comunidade de futuro compartilhado’ como ideias-força – são uma luz no fim do túnel não somente ao povo chinês. A China oferece ao mundo uma alternativa.”

O pesquisador brasileiro do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e co-editor do Notícias da China (Dongsheng News), Marco Fernandes, considera a China como um país importante para ajudar o desenvolvimento das nações em desenvolvimento. “A China lançou a Iniciativa de Desenvolvimento Global, juntamente com a ONU, como uma proposta para combater a pobreza e estimular o desenvolvimento dos países do Sul. Será fundamental tirar proveito deste fórum para aprender com a experiência chinesa.”

O colunista e jornalista especializado em agricultura e consultor das relações Brasil-China, Milton Pomar, disse que ficou animado com os avanços chineses. “Para nós, que admiramos os esforços do povo chinês no século passado para se libertar da dominação estrangeira, da pobreza, da fome e do atraso, e para desenvolver a grande nação, é animador saber de todos os avanços anunciados no relatório na abertura do 20º Congresso do PCCh, e da disposição de continuarem na grande marcha de modernização científica, tecnológica e de inovação, em cooperação com outros países, compartilhando conhecimentos e criações intelectuais com diferentes povos, para que a humanidade seja efetivamente melhor.”

A historiadora, pesquisadora de Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Isis Maia, afirmou que erradicar a pobreza extrema foi uma força tarefa que empreendeu ampla gama da sociedade em um esforço para o bem comum. “Dessa forma, o país se lança a um novo desafio, a construção do que chamamos de Estado de Bem-Estar, que é a universalização de bens e serviços à população, melhorando a qualidade de vida e diminuindo as desigualdades.”

O jornalista, editor internacional do Brasil247, secretário-geral do Cebrapaz e coordenador de Solidariedade e Paz do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, enfatizou as cooperações entre diversos países. “É importante para o desenvolvimento mundial a abertura para o exterior e o engajamento na cooperação de ganhos mútuos com outros países. Um papel de destaque nessas relações tem a iniciativa Cinturão e Rota, que oferece a maior, mais ampla e mais inclusiva plataforma de cooperação internacional, viabilizando vastas oportunidades a todos os países. A busca por uma comunidade de futuro compartilhado para toda a humanidade é algo fundamental para o desenvolvimento da China e o equilíbrio do mundo.”

Analista político do Brasil 247, repórter de meio ambiente e direitos sociais da revista Plurale, Hélio de Mendonça Rocha, disse que “o 20º Congresso do Partido Comunista da China buscou ratificar, cada vez mais, a realidade de um regime comunista tolerante, amigo, que busca difundir não um regime de organização social e ideológica, mas um conjunto de relações econômicas e internacionais que provenham mais equidade nas relações capital-trabalho em todo mundo, respeitadas as estruturas internas e culturas de cada país.”

O ex-presidente do Conselho Nacional da Juventude de São Tomé e Príncipe, embaixador da Juventude Africana em funções na União Pan-africana da Juventude, Wildiley Barroca, enviou um discurso por vídeo para o diálogo. Ele afirmou que a China visa tornar o país líder das tecnologias da 4ª Revolução Industrial, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e o padrão 5G de telecomunicações. “A experiência chinesa tem lições importantes para a CPLP e o mundo, e nós, a juventude, devemos aproveitá-las, e os nossos dirigentes consolidá-las.”