Indicação de embaixadores passa por acordo entre atual e futuro governo

Ex-chanceler Celso Amorim e o atual Carlos França negociam nomes de consenso para embaixadas de países como Vaticano, Argentina e França

O ex-chanceler Celso Amorim - Foto: Joana Berwanger

Ex-chanceler do governo Lula e ministro da Defesa de Dilma Rousseff, Celso Amorim é o nome destacado na equipe do presidente eleito para negociar a indicação de embaixadores para países como Vaticano, Argentina e França. Na semana passada, ele se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, quem sinalizou favoravelmente a um acordo na transição.

Amorim disse ao UOL que mudanças são naturais com a troca de governo e disse preferir não adiantar nomes porque “seria indelicadeza”.

Na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado está marcado um esforço concentrado para votar nos próximos dias 22 e 23 a indicação de 19 embaixadores. Antes da votação, o presidente daquele colegiado, senador Esperidião Amin (PP-SC), já havia pedido que o Itamaraty entrasse em consenso com o novo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leia mais: Lula deve assumir compromisso com desmatamento zero da Amazônia

“Temos que encarar que estamos em transição. Formulo publicamente um apelo aos encarregados da transição, no Itamaraty, para que deem ao país uma demonstração de republicanismo, fazendo com que as indicações sejam objeto, como tudo indica, de uma avaliação entre o governo sainte e o entrante, até para que o Senado possa exercitar seu dever. Para que o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco] seja tranquilizado pelos representantes, de que as indicações são convalidadas por ambas as partes”, solicitou Amim.

De acordo com a Agência Senado, as indicações pendentes de análise chegaram a ser pautadas para votação na CRE em outubro e novamente no início de novembro, mas as reuniões foram canceladas.

A Comissão passou por duas trocas de comando neste semestre. A senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente eleita em 2021, se licenciou e precisou ser substituída. A escolhida foi Margareth Buzetti (PP-MT), mas ela exercia o mandato como suplente e já foi substituída pelo titular, Carlos Fávaro (PSD-MT). Amim foi eleito na última quinta-feira (10) para um mandato tampão até fevereiro de 2023.

Autor