TSE mantém ação contra Bolsonaro por atacar urnas para embaixadores

Plenário do Tribunal referendou decisão de ministro em manter na Corte a ação e deverá ouvir ministros; em julho, Bolsonaro reuniu embaixadores no Planalto e atacou o sistema eleitoral.

Bolsonaro durante reunião com embaixadores. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve, na terça-feira (13), a decisão do ministro Benedito Gonçalves sobre a competência da Corte para analisar acusação contra Bolsonaro (PL) quanto à reunião com embaixadores, em que proferiu mentiras sobre o processo eleitoral.

A ação é movida pelo PDT sobre a reunião que ocorreu em julho no Palácio do Planalto. Os advogados de Bolsonaro tentaram impedir que o TSE julgasse o caso sob alegação que o ato não estava relacionado à campanha eleitoral.

No entanto, como observou Gonçalves, a reunião teve desvio de finalidade ao atacar o sistema eleitoral. Na ocasião, Bolsonaro já criava situações para justificar uma eventual derrota nas urnas para Lula (PT), como veio a se concretizar.

Os embaixadores presentes na reunião saíram da Alvorada abalados e com o temor de que o presidente estaria preparando as bases para uma tentativa de golpe.

Com a decisão do plenário, depoimentos serão colhidos. Entre eles o de três ministros: Ciro Nogueira, da Casa Civil; Carlos Alberto França, das Relações Exteriores; e de Flávio Augusto Viana Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos.