Sem categoria

Ministra diz que China é parceira na industrialização da ciência e tecnologia brasileira

Em uma entrevista à imprensa chinesa, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos falou sobre parceria no setor entre os dois países.

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Foto: Wesley Souza - Ascom - MCTI

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação e presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos avaliou, em entrevista à Xinhua, a parceira sino-brasileira no setor CT&I e ainda apresentou possíveis caminhos e políticas a serem implementadas futuramente.

Segundo a ministra, a China é um parceiro chave do Brasil na industrialização da ciência e tecnologia e a troca de experiências será fundamental nesse processo.

“O Brasil e a China aprofundaram muito o relacionamento nesta área durante essas quatro décadas desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1974, mas há ainda espaço para ampliar a cooperação científica e tecnológica entre ambos os países”, disse Luciana Santos.

“Precisamos avaliar a viabilidade de se formar um grupo de trabalho bilateral específico sobre este tema, agregando, também, outras pastas do governo brasileiro envolvidas na industrialização. Por exemplo, como a criação de um fórum para compartilhamento de experiências em políticas públicas para inovação, incentivos fiscais, compras públicas e encomendas tecnológicas”.

Com relação às medidas do governo dos EUA que impôs um bloqueio tecnológico à China e criticou a relação que o país asiático está construindo com outros países, Luciana Santos disse que “as relações de cooperação científica e tecnológica do Brasil sempre foram com parceiros diversos”.

“Com relação à China, o governo brasileiro pretende continuar e fortalecer a cooperação não apenas pela parceria de longa data, mas também porque a China, assim como o Brasil, é um player global, com problemas semelhantes, cujas soluções passam pela produção do conhecimento e pelo desenvolvimento de produtos e processos inovadores”.

Parceria sino-brasileira

Sobre os quarenta anos de assinatura do Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica China-Brasil, a ministra lembrou dos bons resultados. citando “os satélites da série CBERS, o Centro Brasil-China de Inovação em Nanotecnologia, cooperação na área de energia e clima e na área de uso do bambu, em matemática e na parte de empreendedorismo inovador”.

Leia também: Reajuste de bolsas de pesquisas será anunciado em breve, diz ministra

A ministra ainda lembrou que Brasil e China têm um relevante histórico de cooperação no tema da mudança climática, por meio do Centro Brasil-China de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, liderado pela UFRJ no Brasil, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e pela Universidade Tsinghua, na China.

“Pretendemos avançar ainda mais com esse centro e estimular outras iniciativas nessas áreas estratégicas. São campos em que a CT&I têm contribuições fundamentais para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro e do povo chinês. A preservação ambiental deve contar com a participação das comunidades locais, promovendo conhecimento e desenvolvimento de tecnologias e, assim, contribuindo para a geração de emprego e renda para essas comunidades, além do uso dos recursos naturais de forma responsável e sustentável”, comentou Luciana.

Leia também: Garantia de espaços para mulheres na ciência é prioridade, diz ministra

Por fim, a ministra exemplificou algumas medidas que o governo brasileiro pode oferecer às empresas chinesas em termos de acesso à mercados, incentivos fiscais e políticas preferenciais.

 “O ministério tem alguns programas importantes de incentivo à inovação, direcionados a empresas, como a Lei do Bem e a Lei da Informática. Tais incentivos são direcionados a empresas nacionais, que podem ter origem chinesa. Além disso, há chamadas públicas para inovação que envolvem apoio a empresas, como as chamadas da FINEP e da Embrapii”, completou ela.

Com informações da Agência Brasil China