Um mês após atos de 8/1, Lula diz que segue firme na defesa da democracia

O STF abriu sete inquéritos para apurar quem financiou, executou e elaborou os atos fascistas. Bolsonaro é investigado como mentor intelectual.

Golpistas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o governo seguirá na defesa da democracia e que a Justiça será consistente contra quem tentar atacá-la. “A democracia é o patrimônio mais precioso da população brasileira. E a justiça será firme contra quem tentar tirá-la do povo”, disse. 

Na sua conta oficial no Twitter, o presidente publicou vídeo com conteúdo sobre os atos fascistas de 8/1 que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.

“No dia 8 de janeiro, a sede dos nossos poderes foi invadida e vandalizada por pessoas que desrespeitam o povo e o Brasil. 1 mês depois, seguimos firmes trabalhando na defesa da democracia, união e reconstrução do país”, lembrou.

Na época dos ataques, o presidente Lula não se encontrava em Brasília, mas o governo agiu rapidamente para debelar as ações fascistas. As ações do governo, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso foram decisivas para afastar a ameaça de golpe de Estado.  

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O presidente decretou intervenção na segurança pública do Distrito Federal e nomeou como interventor federal Ricardo Cappelli, secretário-executivo no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Além disso, Lula mudou o comando do Exército que evitou, logo após os atos, a prisão de golpistas no acampamento em frente ao Quartel Geral de Brasília.

A pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) e ordenou a prisão de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF.

“Minoria golpista não irá impor sua vontade por meio da barbárie”, disse o presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) após a aprovação do decreto do presidente de Lula sobre a intervenção federal.

De acordo com levantamento do site Metrópoles, encontram-se presos 942 golpistas dos 1.406 detidos após os atos fascistas e 462 estão com tornozeleira eletrônica.

Foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) 653 pessoas. 92 tiveram o patrimônio bloqueado outras 84 foram denunciadas e aguardam decisão da Justiça para bloqueio dos bens. Os prejuízos causados pelos golpistas ao patrimônio público estão na ordem de R$ 20,7 milhões.

Inquéritos

O STF abriu sete inquéritos para apurar quem financiou, executou e elaborou os atos fascistas. Bolsonaro passou a ser investigado como mentor intelectual das ações que poderiam resultar num golpe de Estado.

Os golpistas esperavam que o presidente Lula decretasse a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por meio da qual as Forças Armadas seriam acionadas para conter os atos.

Sendo assim, contavam que o Exército assumiria o poder e afastaria o atual presidente do cargo. “Aí, sim, estaria acontecendo o golpe que as pessoas queriam”, confessou Lula num café da manhã com jornalistas.

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