Entidades da educação pedem o fim do novo ensino médio

CNTE e Apeoesp pediram para o presidente a revogação da Lei que instituiu novo ensino médio, além da descontinuidade das escolas cívico-militares

A deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), presidente da Apeoesp, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Heleno Araújo. Foto: Ricardo Stuckert

Na terça-feira (7), o presidente Lula esteve reunido com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), ocasião em que pediram a revogação do novo ensino médio.

Aprovada em 2017, a Lei que estabeleceu a medida foi aprovada pelo governo de Michel Temer.

“A ideia é revogar o entulho do golpe. O novo ensino médio veio, por imposição, através de uma Medida Provisória, por um governo que não tinha legitimidade popular, sem qualquer diálogo com os setores da área de educação. Apresentamos a demanda de revogação do ensino médio e da Base Nacional Comum Curricular”, afirmou Heleno Araújo, presidente da CNTE, à Agência Brasil. Segundo ele, Lula foi sensível aos problemas apresentados e prometeu analisar melhor o pedido.

Na semana passada, o ministro da Educação, Camilo Santana, não falou em revogação, mas disse que um grupo de trabalho será criado para reunir todos os setores educacionais interessados e discutir o andamento do novo ensino médio. 

A implementação do novo ensino médio ocorre de forma escalonada até 2024. Em 2022, ela começou pelo 1º ano do ensino médio com a ampliação da carga horária para pelo menos cinco horas diárias. Pela lei, para que o novo modelo seja possível, as escolas devem ampliar a carga horária para 1,4 mil horas anuais, o que equivale a sete horas diárias. Isso deve ocorrer aos poucos. Essa ampliação da carga horária é uma forma de fazer com que as escolas ofereçam ensino integral aos seus estudantes, mas profissionais da educação criticam a falta de estrutura mínima.

Escolas Cívico-Militares

Durante a reunião com a CNTE, Heleno Araújo afirmou que Lula também se comprometeu em descontinuar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militar (Pecim), criado em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro e que tem cerca de 200 escolas públicas de todo o país envolvidas.

*Informações Agência Brasil

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