Alckmin diz a prefeitos que modelo tributário atual é caótico e injusto

São mais de 4 mil prefeitos reunidos em Brasília. A perda de receita com a extinção do ISS na reforma tributária é uma das maiores preocupações do encontro

Vice-presidente Geral Alckmin discursa no evento (Foto: Cadu Gomes)

Em discurso na abertura da 24ª edição da “Marcha dos Prefeitos” nesta terça-feira (28), em Brasília, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), classificou o atual modelo tributário brasileiro como caótico e injusto.

Promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o evento tem como tema central o “Pacto federativo: um olhar para o futuro”.

São mais de 4 mil prefeitos reunidos na capital federal. A perda de receita com a extinção do Imposto Sobre Serviço (ISS) na reforma tributária é uma das maiores preocupações do encontro.

Alckmin, que junto com 13 ministros, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no evento, disse que a distribuição da carga tributária é injusta por que possui uma taxação sobre o consumo muito alta.

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O vice destacou também que tem municípios que a renda per capita é quase R$ 9.000 por pessoa, enquanto, em outros, é de R$ 30. “Não é possível continuar com um modelo desses e o caminho para a mudança é o diálogo. Queremos que os municípios arrecadem mais e que a economia cresça”, defendeu.

“Como é que eu vou comprar um carro, se eu ganhou R$ 1.320, um salário mínimo, se o carro baratinho, popular, custa R$ 70 mil? Então o Brasil tem capacidade de produzir 5 milhões de veículos, chegou a produzir quase 4 milhões, e hoje produz 2 milhões. O povo não tem dinheiro”, criticou.

Disse que o modelo tributário atual é caótico. “Vai tudo para a Justiça. Em São Paulo, quando eu era governador: ‘me traga aqui os 20 maiores devedores do estado’. Tudo empresa bilionária, as maiores do Brasil. A melhor profissão no Brasil é advogado tributarista. Então, nosso primeiro objetivo é a simplificação”, declarou.

Alckmin reforçou a necessidade de fortalecimento das unidades federativas e a defesa da reforma tributária, que permitirá às cidades arrecadarem mais para crescerem mais.

“Apresentei aos milhares de prefeitos, reunidos na Marcha dos Prefeitos, o compromisso do presidente Lula com o fortalecimento do poder local e uma agenda de reformas em prol de nosso pacto federativo”, afirmou.

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