Luciana Santos visita maior laboratório de pesquisa do país

Acelerador de partículas Sirius, instalado no CNPEM, em Campinas, só é comparável a outros dois laboratórios, na Suécia e na França.

Ministra Luciana Santos durante visita ao CNPEM | Foto: Luara Baggi

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos (PCdoB), visitou nesta quinta-feira (30), em Campinas (SP), o acelerador de partículas Sirius – a maior infraestrutura de pesquisa do Brasil.

Com seis linhas de luz em operação, o Sirius é um projeto estruturante para o país. Além de viabilizar pesquisas na fronteira do conhecimento, impacta a indústria nacional por meio da construção de sofisticados componentes, traz oportunidades para a inovação, viabiliza a formação de recursos humanos altamente qualificados e alavanca a internacionalização da ciência brasileira.

Instalado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), vinculado ao MCTI, o Sirius chama atenção pelo tamanho e grandiosidade. Com 68 mil metros quadrados, só é comparável a outros dois laboratórios, localizados na Suécia e na França.

“A tecnologia desenvolvida no CNPEM é muito abrangente. Passa pela agricultura, alimentação, saúde, mudanças climáticas, energia, fármacos. Os desafios nacionais são enormes, e a infraestrutura é singular. É um patrimônio do povo brasileiro e da inteligência brasileira. E vamos garantir que esse patrimônio continue fazendo o seu papel, que é alavancar o desenvolvimento nacional”, avaliou a ministra.

No primeiro semestre de 2023, foram lançadas as chamadas abertas para o desenvolvimento de pesquisas nas linhas de luz do Sirius que estão em operação. Outras quatro podem ser inauguradas ainda neste ano. 

“O Sirius é como um gigantesco microscópio que consegue enxergar na escala dos átomos e das moléculas. Para esse grande microscópio funcionar, existe um acelerador de elétrons, que é o gerador da luz síncronton, que é raio-x, ultravioleta e infravermelho”, explicou o diretor-presidente do CNPEM, Antônio José Roque. “Os pesquisadores inserem nesse microscópio qualquer material, como uma rocha do pré-sal, uma proteína ou uma célula, para analisar as suas propriedades e responder que impactos essas propriedades podem ter nas áreas de saúde, energia, semicondutores”, completou o professor.

Além do Sirius, a ministra conheceu quatros laboratórios em operação no CNPEM: o de Nanotecnologia (LNNano), Biorrenováveis (LNBR), Biociências (LNBio) e o de Luz Síncrotron (LNLS), que desenvolvem pesquisas em diversas áreas, incluindo saúde, novos materiais, energia e outras. O LNLS é considerado o mais avançado do mundo em seu segmento e é um dos três da quarta geração existentes – os outros estão instalados na Europa (Suécia e França).

Segundo publicação do Correio Popular, na ocasião, Luciana ressaltou a importância dos investimentos em ciência e tecnologia e se comprometeu a abrir negociações para liberar verbas que somam R$ 720 milhões para o CNPEM. Desse montante, R$ 450 milhões podem ser negociados imediatamente com o uso de recursos oriundos do orçamento do próprio Ministério (verbas discricionárias).

Já os outros R$ 270 milhões dependem da aprovação do Projeto de Lei Complementar – enviado na quarta (29) pelo governo ao Congresso Nacional – que prevê o descontingenciamento de R$ 9,6 bilhões para recompor o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

“Nós estamos diante de um desenvolvimento de pesquisa e de busca de conhecimento único no mundo, principalmente nos projetos que estão em perspectiva. (…) Será uma junção extraordinária para que a gente entenda a física dos materiais em escala atômica e, com isso, trazer soluções diversas numa gama, num espectro gigante para a vida cotidiana da população, da agricultura, passando pela saúde, pela transição energética”, destacou Luciana. A ministra criticou ainda o contingenciamento de verbas para C&T feita até 2026. “O negacionismo não só se traduziu na narrativa, mas em uma atitude concreta, que foi a redução drástica dos recursos que financiam a ciência e tecnologia no Brasil”, disse.

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com informações de agências
Edição: Bárbara Luz

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