100 dias: Lula diz que Brasil vai cumprir meta do desmatamento zero

O presidente disse que a mudança para uma economia de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento

Area de desmatamento e queimda e vista as margens da rodovia BR 230 no municipio de Apui, Amazonas. Foto: Bruno Kelly/Amazonia Real.

Na solenidade dos 100 dias de governo, nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o país vai cumprir as metas de redução da emissão de carbono e o desmatamento zero.

“O Brasil voltará a ser referência mundial em sustentabilidade e enfrentamento das mudanças climáticas. E cumprirá as metas de redução de emissão de carbono e desmatamento zero. E o desmatamento será combatido em todos os biomas brasileiros”, discursou o presidente.

De acordo com ele, a mudança para uma economia de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento.

“A transformação da estrutura produtiva nacional passará por uma Reindustrialização Verde e Digital. E o combate às mudanças climáticas também se dará nos centros urbanos”, avisou.

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“A proteção à floresta Amazônica e demais biomas brasileiros, as ações de combate às mudanças climáticas e os trabalhos voltados à transição para uma economia verde, sustentável e de baixo carbono passaram a estar no topo das prioridades dos 100 primeiros dias, numa guinada de curso em relação às políticas adotadas nos últimos quatro anos”, diz o governo em nota.

Paralisado desde 2019, o Fundo amazônia foi reativado por meio de decreto assinado já no dia 1º de janeiro. A partir daí, o governo manteve contatos com representantes internacionais de países como Noruega, Alemanha e Estados Unidos, que apoiaram a iniciativa e sinalizaram investimentos.

“O Brasil voltou a cuidar de seus biomas, sobretudo da maior floresta tropical do planeta, com o restabelecimento do Fundo Amazônia e a criação e instalação da Comissão de Prevenção e Controle do Desmatamento”, afirmou Lula.

O aumento da fiscalização de barragens de Mineração, o combate ao garimpo ilegal e a quitação da dívida de Itaipu, em fevereiro, são outros exemplos conectados ao setor.

Multa

Entre as ações para reduzir o desmatamento estão uma fiscalização mais intensa nos biomas. Em nota, o Ibama informou que as multas por desmatamento e outras infrações contra a floresta amazônica, de janeiro a março deste ano, aumentou 219% em relação à média para o mesmo período nos quatro anos anteriores.

“As apreensões de bens e produtos relacionados às infrações ambientais tiveram alta de 133% e o número de embargos de propriedades cresceu 93% no mesmo período. Essas medidas descapitalizam os infratores e impedem que obtenham financiamento, além de restringir o comércio de produtos ilegais”, diz o Instituto.

O Ibama afirmou ainda que serão mantidas as operações para retirar invasores de terras indígenas, como a executada desde o dia 6 de fevereiro no território Yanomami, que resultou até o momento na destruição de 285 acampamentos de garimpeiros, 8 aeronaves, 23 barcos, 3 tratores e 124 motores.

Também foram apreendidas 22 toneladas de cassiterita, 21 mil litros de combustível e 5 kg de mercúrio, entre outros equipamentos de apoio logístico ao garimpo.

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