Depois das políticas sociais, Lula diz que país precisa gerar empregos

“Se fazer políticas sociais nos primeiros três meses era importante, agora precisamos gerar empregos”, afirmou o presidente

Lula durante entrega de chaves aos beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida no Residencial Celina Bezerra, Rondonópolis - MT. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Antes de partir para a China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou o seu próprio discurso por conta dos 100 primeiros dias de governo. De acordo com ele, o principal recado deixado foi no sentido de reconstruir o país para gerar empregos.

“Na reunião ministerial, fiz questão de dizer que temos um compromisso de reconstruir o Brasil. E vamos fazer isso retomando muitas obras de infraestrutura. Se fazer políticas sociais nos primeiros três meses era importante, agora precisamos gerar empregos”, resumiu o presidente.

Para isso, o governo planeja até maio lançar um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que traz de volta o papel do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura.

“Nosso programa de investimentos estratégicos em infraestrutura contará com seis eixos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética.

Pelos cálculos do presidente, são 14 mil obras paradas. “Obras que começaram no meu governo ou no da Dilma e foram paralisadas. Obras 80% prontas. São essas que vamos começar retomando. E com isso vamos conseguir inaugurar 4 mil creches, e casas do Minha Casa Minha Vida”, disse.

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Na área de transporte, Lula diz que ferrovias, rodovias, hidrovias e portos voltarão a ser pensadas de modo estruturante. “Reduzirão o custo do escoamento de nossa produção agrícola. E incentivarão o florescimento de uma nova base industrial, mais tecnológica e mais limpa”, previu.

“Vamos acelerar a construção das ferrovias, essenciais para a integração do país e o escoamento da nossa produção agrícola. Além disso, vamos equacionar as concessões de rodovias e aeroportos que ficaram desequilibradas, retomando os investimentos previstos”, afirmou.

Na inclusão digital e conectividade, o objetivo é levar Internet de alta velocidade para as escolas e para os equipamentos sociais, a exemplo de postos de saúde, melhorando o acesso dos profissionais e dos usuários aos prontuários e exames.

“No eixo de água para todos, a Integração do São Francisco retomará seu ritmo. Concluiremos obras fundamentais, a exemplo da adutora do Agreste Pernambucano; do Cinturão das Águas do Ceará; do Canal Acauã-Araçagi da Paraíba; e da Barragem Oiticica do Rio Grande do Norte”, prometeu.

Na infraestrutura urbana, Lula previu forte investimento das condições de habitação e vida das pessoas que moram em favelas, palafitas e outros locais precários. “E vamos tirar do papel obras de prevenção a desastres causados por cheias e deslizamentos”, assegurou.

Na transição energética, o presidente disse que haverá rapidez. “Vamos lançar editais para contratação de energia solar e eólica que, somados, representarão capacidade de geração equivalente à de nossas maiores usinas hidrelétricas. E os leilões para novas linhas de transmissão irão tornar ainda mais rápida e atrativa a implantação desses parques de energia limpa. E não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio verde”, explicou.

“A Petrobrás financiará a pesquisa para novos combustíveis renováveis. Ao mesmo tempo, retomará o papel protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros”, completou.

Diálogo federativo

O presidente deixou evidente que vai precisar conversas com os prefeitos e governadores para retomar as obras paradas e acelerar as que estão em ritmo lento, além de selecionar novos investimentos estratégicos para o país.

“Já recebemos dos governos de cada estado uma lista de obras prioritárias, e os ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes. Até o início de maio, anunciaremos a lista definitiva de empreendimentos e os mecanismos que farão com que eles saiam rapidamente do papel e gerem milhões de empregos de qualidade”, observou.

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