Bolsonaristas admitem despreparo para debater nas audiências da Câmara

“Estamos nos ajustando. É início de mandato. Muita gente nova”, reconheceu o deputado Marco Feliciano (PL-SP), pastor e aliado de Bolsonaro

Flávio Dino na CCJ da Câmara (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, provocou risadas ao redarguir uma pergunta do deputado bolsonarista André Fernendes (PL-CE) que o acusava de responder por centenas de processos.

Professor de Direito, Dino disse que iria contar aos seus alunos o que estava acontecendo como uma piada, pois o site Jusbrasil, fonte citada pelo parlamentar, mostra nome de pessoas em diversas situações.

“O Jusbrasil, deputado, quando botam o nome [de uma pessoa], não aparece o nome de quem responde a processo. Aparece o nome de quem pediu direito de resposta na Justiça, aparece o nome de quem foi requerido num pedido de resposta, aparece nome de quem registrou a candidatura, aparece o nome de quem prestou contas à Justiça Eleitoral, aparece nome de quem foi testemunha num processo”, explicou o ministro durante audiência da Comissão de Constituição e Justiça no dia 28 de março passado.

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Fatos como esse estão provocando reflexão nos bolsonaritas que sentem o despreparo da oposição para os debates com os ministros convidados.

“As convocações fazem parte do jogo político de quem está na oposição. Elas devem continuar, sempre embasadas em assuntos sérios, polêmicos e que exponham alguma mazela do governo. Mas não podemos cair na pilha, não devemos escorregar em casca de banana. É preciso equilíbrio”, disse ao Estadão o deputado Marco Feliciano (PL-SP), pastor e aliado de Bolsonaro. Ele reconhece o despreparo. “Estamos nos ajustando. É início de mandato. Muita gente nova”.

Na última audiência da Comissão de Segurança Pública, o ministro Dino deixou a reunião após os insultos e xingamentos da bancada bolsonarista.

Na semana passada, sete ministros compareceram nas audiências de comissões e mais oito já estão agendados.

Já estão acertadas as presenças dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Comunicação), Carlos Fávaro (Agricultura), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Camilo Santana (Educação).

Com informações do Estadão

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