Presidenta do Banco do Brasil defende redução da taxa de juros

Tarciana Medeiros diz que condições para a queda da Selic estão presentes e que o atual patamar prejudica a economia

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Marcada para os próximos dias 2 e 3 de maio, a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central acontece mais uma vez sob grande holofote para que se inicie um ciclo de queda da taxa básica de juros, a taxa Selic.

Nesta quarta-feira (26), a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, em entrevista ao Valor Econômico, se juntou aos críticos que desaprovam os juros no atual patamar.

Tarciana, que é a primeira mulher à frente do Banco em seus 214 anos, defende a queda da Selic pela avaliação de que os juros em 13,75% ao ano têm prejudicado a economia.

Questionada se a taxa básica de juros está alta, como tem criticado o presidente Lula, ela reforçou que não é uma opinião, mas sim um fato, de que em todas as economias mundiais “uma taxa de juros muito alta inibe a atividade econômica e desacelera a economia.”

Ao dizer que os juros não podem continuar no patamar atual, pontuou que as condições atuais permitem a redução. Entre os fatores listados está a desaceleração do IPCA em março, a acomodação do preço do petróleo, a apresentação do novo marco fiscal e o avanço da reforma tributária – que deve ter o relatório entregue na primeira quinzena de maio.

Na entrevista, a presidenta do BB afastou a possibilidade de desaceleração do crédito, também revelou que sua gestão tem como foco o apoio às micro e pequenas empresas (MPEs), destacou a criação do comitê de diversidade no banco e a inclusão de mais mulheres em cargos de gestão, assim como celebrou a ampliação do crédito para agricultura familiar e a liberação de crédito em R$ 35 bilhões para o agronegócio. Ainda lembrou do trabalho conjunto com o governo federal para a entrega de 2,34 mil unidades do Minha Casa Minha Vida nestes primeiros cem dias de governo.

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