Netanyahu ameaça “destruição como em Gaza” no Líbano
A ‘condição’ imposta pelo premiê de Israel para evitar esse desfecho seria ‘livrar’ o país do Hezbollah. Já são mais de duas mil pessoas mortas no país desde o início da ofensiva
Publicado 10/10/2024 08:45 | Editado 11/10/2024 09:34
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou os libaneses, nesta terça (8), com uma destruição semelhante à de Gaza se não “livrarem” seu país do Hezbollah. A declaração de Netanyahu ocorre depois que o exército intensificou sua ofensiva terrestre contra o movimento xiita no sul e na capital do Líbano, afetando toda a população do país.
“Livrem seu país do Hezbollah para que esta guerra possa terminar”, declarou Netanyahu em um vídeo em inglês dirigido aos libaneses. “Não deixem que esses terroristas destruam seu futuro mais do que já fizeram”, acrescentou.
“Vocês têm uma oportunidade de salvar o Líbano antes que ele caia no abismo de uma longa guerra que levará à destruição e sofrimento como vemos em Gaza. Não precisa ser assim”, disse o líder da extrema direita israelense.
Ele pediu ao governo do Líbano que “retome seu país” e o recoloque em um caminho de paz e prosperidade, e disse que esta é uma oportunidade para o país que não ocorre há décadas.
O confronto entre o Hezbollah e as forças israelenses foi desencadeado com o início do conflito Hamas-Israel na Faixa de Gaza, após os ataques do movimento sunita em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
De lá para cá, mais de 2.038 libaneses morreram em ataques israelenses, segundo um balanço divulgado nesta segunda (7) pelo ministério da Saúde do Líbano. A informação publicada pela Reuters diz que são ao menos 9.869 feridos. Ao menos 250 combatentes do Hezbollah estão entre os mortos.
Nas 24 horas anteriores à divulgação, foram relatadas 22 óbitos e 111 feridos em várias regiões do Líbano devido aos bombardeios. Moradores de cidades libanesas relatam intenso ataques aéreos na fronteira com Israel, além do som de helicópteros e drones sobrevoando a área.
Em termos comparativos, o número de mais de 2 mil mortos ultrapassou o balanço total de óbitos na guerra do Líbano em 2006 — quando Israel também invadiu o país vizinho para lutar contra o Hezbollah. Em pouco mais de um mês, o conflito de 2006 teve um total de 1.191 mortos, entre civis, soldados e membros do Hezbollah.
O governo israelense afirma que os bombardeios não têm como alvo o Estado do Líbano, mas sim estruturas específicas do Hezbollah dentro do território libanês. No entanto, como relatado pela Reuters a maioria dos mortos são civis, segundo o governo libanês.