Lula destaca China e Índia ao falar da expansão comercial com o mundo

O presidente participou do 14º Encontro Nacional da Indústria e convidou o empresariado a aproveitar o bom momento do país no contexto internacional

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Ao participar nesta quarta-feira (27), em Brasília, do 14º Encontro Nacional da Indústria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva instou o empresariado a aproveitar o bom momento do país no contexto internacional, sobretudo em relação aos acordos de expansão comercial com outras nações, ressaltando os que foram firmados com a China durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, na semana passada.

Na ocasião, foram assinados 37 acordos de cooperação em mais de 15 temas, como agronegócio, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica e investimentos em diversas áreas.

“É preciso aproveitar o acordo estratégico que nós fizemos com a China, que é o mais importante acordo de acesso a novas tecnologias que esse país já fez. Vai da inteligência artificial à tecnologia espacial”, discursou.

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Lula anunciou aos presentes que o próximo será a Índia. “Eu quero fazer uma mega reunião empresarial na Índia com muitos empresários brasileiros e uma mega reunião da Índia no Brasil com muitos empresários indianos”, disse.

Para ele, é preciso aproveitar a “possibilidade de mercados ascendentes, não viciados e carimbados”. “Isso para colocar a indústria brasileira lá dentro e fazer parceria com a indústria de inovação que o Brasil tem”, defendeu.

Na agricultura, ressaltou o presidente, “já abrimos mais de 195 mercados em apenas dois anos. E depois que a gente for para o Japão, em março, se preparem, porque temos que levar muitos empresários ao Japão. E depois a gente vai passar no Vietnã, também levar empresários, porque a nossa balança comercial com o Vietnã é de US$ 6 bilhões, mais do que alguns países europeus. O Brasil não precisa ficar preso à história, aos países que nos colonizaram, temos que procurar mercados novos”, disse.

Lula também reforçou seu otimismo em fechar, ainda em 2024, o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul. “Os franceses não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia, e a Ursula von der Leyen [presidente da CE] tem procuração para fazer este acordo.  Pretendo assinar este acordo este ano ainda”, afirmou.

EUA

Para o presidente, essas novas aproximações não precisam interferir nas relações com parceiros mais antigos. “Eu quero fazer tudo isso sem brigar com os Estados Unidos”, afirmou.

Ele ainda apontou os avanços internos da economia brasileira: inflação sob controle, emprego crescente e novos investimentos privados e públicos. “Este é o papel do governo: criar condições para que as pessoas acreditem que as coisas vão acontecer. E as coisas acontecem”, salientou.

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