Apavorado, Bolsonaro pede anistia a Lula em live da extrema direita

Ex-presidente também disse ter debatido com os comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretação de estado de sítio ou de estado de defesa

Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal por tentativa de elaboração de um golpe de Estado - (crédito: Revista Oeste/Youtube)

A pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois do indiciamento da Polícia Federal (PF), parece estar colapsando sua saúde mental e o já combalido senso do rídiculo. Nesta quinta (28), Bolsonaro pediu um acordo com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o STF (Supremo Tribunal Federal) por uma anistia para si e para os presos pelo 8 de Janeiro.

“Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia estava tudo resolvido” afirmou Bolsonaro. Em entrevista ao canal do YouTube do site de extrema direita “Revista Oeste” disse que essa seria a única maneira de “pacificar” o país. 

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia, em 1979: eu não era deputado, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião, e ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica”, implorou Bolsonaro. 

O ex-presidente também admitiu ter debatido com os comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretação de estado de sítio ou de estado de defesa, além do uso do artigo 142 da Constituição para invocar uma ação militar. 

Bolsonaro, no entanto, alegou que “o que está dentro da Constituição você pode utilizar”, numa tentativa de rebater a acusação de que arquitetou um golpe de Estado, motivo pelo qual foi indiciado pela Polícia Federal.

“Os comandantes das Forças falam que “Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de (artigo) 142, estado de sítio, estado de defesa”. E eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada. (…) Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar”, afirmou Bolsonaro ao programa.

Bolsonaro também relembrou, na entrevista, o episódio em que passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, no início deste ano, após ter o passaporte apreendido em meio às investigações da PF. O ex-presidente disse que “foi lá para conversar, e ponto final”.

Mais cedo, em outra entrevista, ao portal Uol, Bolsonaro não descartou a possibilidade de buscar um novo refúgio em alguma embaixada, caso tenha prisão decretada.

“Fui lá para conversar, ponto final. (…) Queriam me prender porque entrei na embaixada sem passaporte. Eu não sabia que precisava se passaporte para entrar em embaixada”, alegou Bolsonaro.

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