Movimentos nas ruas promovem atos contra o PL da Anistia, neste domingo (30)

Manifestação também acontece na véspera da data em que o golpe militar de 1964 completa 61 anos

Movimentos sociais estão nas ruas neste domingo e nos próximos dias contra a anistia a golpistas e em memória do golpe de 1964

Movimentos sociais e centrais sindicais realizam manifestações contra o Projeto de Lei da Anistia neste domingo (30) em oito capitais brasileiras. Os atos ocorrem poucos dias depois de a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento na trama golpista. Organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, os protestos também antecedem o aniversário de 61 anos do golpe militar de 31 de março de 1964.

Ao Portal Vermelho, o diretor da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e secretário Sindical Nacional do PCdoB, Nivaldo Santana, enfatizou a importância dos atos pelo que unificam de forças políticas e sociais em torno da defesa da democracia. “Os atos de hoje, marcados para relembrar os 61 anos do golpe militar de 1964, são importantes pela capacidade de unir amplas forças sociais e políticas em defesa da democracia e reafirmar o combate ao golpismo e aos golpistas de extrema-direita”, afirmou o sindicalista.

Para ele, esta luta hoje se materializa em torno de duas palavras de ordem: Sem Anistia e Prisão para os Golpistas. “Medidas que, importante registrar, estão sendo levadas a cabo nos julgamentos do STF contra as ações promovidas por extremistas no dia 8 de janeiro se 2024”, completou.

Manifestações espalhadas pelo país

Os atos tiveram início pela manhã em Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Belém (PA), São Luís (MA) e Brasília (DF). Durante a tarde, Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) receberão manifestações, sendo esta última a de maior previsão de público. Na capital paulista, os manifestantes sairão da Avenida Paulista em caminhada até a sede do antigo DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), um dos principais centros de repressão e tortura durante a ditadura militar.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará do ato em São Paulo, pois retorna de uma viagem pela Ásia neste domingo. No entanto, são esperadas lideranças políticas e dirigentes sindicais. O ato ocorre também em resposta à manifestação pró-Bolsonaro realizada na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, há duas semanas, que reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, bem abaixo da expectativa de um milhão.

Mais de 30 atos programados pelo país

Além dos eventos deste domingo, os organizadores anunciaram ao menos outros 22 atos entre sexta-feira (28) e terça-feira (1º). Mobilizações ocorrerão em Volta Redonda (RJ) e nas capitais Fortaleza, Porto Alegre, João Pessoa, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina, Aracaju e Brasília.

Os atos contam com a participação de militantes do PT, PSOL, PCdoB, PV e Rede, além de entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e UNE (União Nacional dos Estudantes).

O coletivo de advogados Prerrogativas também promoverá um ato na segunda-feira (31) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento na instituição ganha relevância devido à repercussão do filme “Ainda Estou Aqui”, que conta a história do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura.

Presença de ex-presos políticos e familiares de vítimas

Os atos também buscam reforçar a memória sobre os crimes da ditadura militar. Em São Paulo, presos políticos da época vão discursar no carro de som. A família do deputado Rubens Paiva foi convidada a participar da manifestação.

Os organizadores destacam que, além de protestar contra a anistia a golpistas do 8 de Janeiro, os atos têm como pauta a prisão de Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.

As mobilizações desta semana reforçam a pressão política contra a impunidade de envolvidos nos atos antidemocráticos e reiteram a necessidade de responsabilização histórica pelos crimes da ditadura militar no Brasil.

Cidades com atos marcados

28.mar

  • Goiânia (GO): Praça Universitária, às 16h

29.mar

  • Campo Grande (MS): Praça do Rádio, às 9h
  • Feira de Santana (BA): Praça do Nordestino, às 9h
  • Itabuna (BA): Praça Adami, às 9h30

30.mar

  • Belém (PA): Praça da República, às 8h30
  • Belo Horizonte (MG): Praça da Independência, às 9h
  • Recife (PE): Parque Treze de Maio, às 9h
  • São Luís (MA): Praça Benedito Leite, às 9h
  • Curitiba (PR): Praça João Cândido, às 9h30
  • Brasília (DF): Eixão Norte, às 10h
  • São Paulo (SP): Praça Oswaldo Cruz, às 13h
  • Fortaleza (CE): Estátua da Praia de Iracema, às 16h

31.mar

  • Niterói (RJ): Reitoria da UFF, às 10h30
  • Ribeirão Preto (SP): Esquina Democrática, às 16h
  • Fortaleza (CE): Sede do PT no Ceará, às 18h30

1°.abr

  • Aracaju (SE): Calçadão da João Pessoa, às 8h
  • Campo Grande (MS): Praça do Rádio, às 9h
  • Feira de Santana (BA): Praça do Nordestino, às 9h
  • Itabuna (BA): Praça Adami, às 9h30
  • Niterói (RJ): Reitoria da UFF, às 10h30
  • Brasília (DF): Quadra 01 Bloco J (Setor Bancário Sul), às 12h
  • Salvador (BA): Praça da Piedade, às 14h30
  • João Pessoa (PB): Prédio da OAB/PB, às 15h
  • Rio de Janeiro (RJ): Dops/AIB, às 15h
  • Teresina (PI): Praça do Fripisa, às 16h
  • Ribeirão Preto (SP): Esquina Democrática, às 16h
  • Uberlândia (MG): Câmara Municipal, às 17h
  • São Paulo (SP): Pateo do Collegio, às 18h
  • Fortaleza (CE): Sede do PT no Ceará, às 18h30
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