Deputados negociam com Caixa para por fim à greve dos economiários
A Caixa Econômica Federal (CEF) se comprometeu a adiar a audiência no TST (Tribunal Superior do Trabalho), marcada para às 14 horas desta terça-feira (9). A decisão foi resultado da reunião entre uma comissão de deputados e a direção da Caixa oco
Publicado 09/10/2007 17:33
“Nós estávamos preocupados com o dissídio coletivo que a Caixa encaminhou ao TST e fomos lá estimular o entendimento na negociação, suprimindo o Tribunal como instância para resolver a greve”, explicou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), coordenador da comissão especial criada pela Câmara para acompanhar as negociações
O parlamentar saiu da reunião com a certeza de que até o final da tarde haverá entendimento entre a direção da Caixa e o comando de greve, inclusive com relação ao pagamento dos dias parados – que já chegaram a oito dias – e a não-punição aos grevistas. “Saímos da reunião com a expectativa de que os avanços que foram produzidos e os próximos contatos com o comando de greve vão ser suficientes para por fim à greve”, afirmou Daniel Almeida.
Segundo ele ainda, a diretoria da Caixa compreendeu que as reivindicações da categoria são itens específicos dos economiários, que não estão no bojo das reivindicações gerais dos bancários. O parlamentar disse que a Caixa aceitou atender a reivindicação de isonomia de tratamento entre os bancários – estabelecendo prazo até junho do ano que vem para elaborar plano de cargos e carreira.
Além disso, a audiência conseguiu avançar também na definição da chamada Participação de Lucros e Resultados (PLR), estabelecendo um critério de pagamento linear. “Por esse critério, quem ganha menos recebe o mesmo de quem ganha mais, ao ser estabelecido um valor fixo para todos, que faz justiça para os que ganham menos na Caixa”, explicou o parlamentar.
Daniel Almeida avaliou que “após a reunião foi feito um contato com o comando de greve no sentido de analisar o momento de fechar negociação, porque há percepção de que greve chegou a um limite e a Caixa indicou que já promoveu os avanços necessários e com pequenos ajuste está na hora de fechar o entendimento”.
Defesa dos economiários
Na segunda-feira (8), o parlamentar comunista já havia manifestado preocupação com o movimento grevista, fazendo a defesa dos economiários em discurso no plenário da Câmara. “Trata-se de uma greve com fundamento e justificativa. Afinal, a data-base foi 1º de setembro. Transcorreu um prazo bastante extenso, mas até agora as negociações não foram satisfatórias”, afirmou, destacando que “o sistema financeiro do País encontra-se em plenas condições de pagar melhor seus funcionários e atender às reivindicações dos bancários”.
Ele havia destacado a necessidade de reconhecimento, por parte da Direção da CEF, de um tratamento específico, diferenciado. “Essas reivindicações específicas são indispensáveis, fundamentais. É um reconhecimento ao trabalho, à dedicação e à importância dos economiários na historia da instituição e nessa conjuntura”, afirmou Daniel Almeida.
Ao mesmo tempo, ele destacou “o papel que esta Instituição desempenha hoje no Brasil como operadora de políticas públicas fundamentais”, mas criticou a decisão da Caixa Econômica de recorrer ao dissídio coletivo e encaminhar ao TST as reivindicações da categoria.
“Consideramos que esse não é o mecanismo apropriado (…) Temos que apostar nas negociações, nos entendimentos. Esse é o espaço conveniente para tratar de forma tranqüila e adequada as reivindicações desses trabalhadores, mesmo porque o dissídio coletivo pode até resolver a greve, mas não resolverá o conflito, a demanda, a insatisfação e a necessidade de se atender às justas reivindicações dos bancários”.
O parlamentar comunista reafirmou “meu apoio e minha solidariedade aos economiários, que têm conduzido a greve com equilíbrio, tranqüilidade, buscando a negociação, e fazer um chamamento à direção da CEF para que volte à Mesa de negociações e busque atender tais reivindicações”. Daniel Almeida defendeu “o entendimento que venha a resultar num acordo e conseqüente retorno aos trabalhos, satisfazendo os economiários e os interesses da Nação”.
De Brasília
Márcia Xavier