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Edmilson Valentim assume Comissão com desafio de conter demissões

As demissões recentes na Embraer, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e indústria automobilística, que representam o retrato cruel da crise econômica, serão os desafios imediatos a serem enfrentados pelo deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), que assu

Ao assumir o cargo, o deputado comunista disse que o desafio é buscar solução para os impactos da crise com diálogo e negociação, acrescentando que o debate de ideias se faz necessário no momento em que muitos paradigmas e teses ruíram.



Entre a linha estatizante ou de livre mercado, o que considera “um bom debate”, ele disse que a opção é pelo “espírito de unidade”. Mas logo em seguida lembra que até o ex-presidente do FED (Banco Central dos Estados Unidos), Alan Greenspan, admite a necessidade de intervenção estatal na economia.



“Nós temos que enfrentar o debate e dar a contribuição que o país e setores produtivos – que estão ligados à comissão – esperam”, afirmou o novo Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, dizendo ainda que esse debate deve ocorrer em parceira com outras comissões técnicas da Casa e com os setores produtivos do País.



“Temos que valorizar as formas produtivas, os que promovem geração de emprego e distribuição de renda – e os trabalhadores”, disse ainda Valentim, lembrando que o momento de crise vai permitir essas parceiras dos setores.



Desigualdades regionais



Os debates na Comissão devem também enfrentar o problema das desigualdades regionais. “Temos que enfrentar o debate a partir das regiões, adianta Valentim, destacando que “o país não cresce e se desenvolve de forma equânime, sem o desenvolvimento regional. Esse é outro desafio”, anunciando o propósito de montar uma agenda de ações e debates que envolva também essa realidade.



Os demais membros da Comissão confirmaram as preocupações do novo presidente, enfatizando o papel do poder legislativo na busca de solução para os impactos da crise econômica no país. O ex-governador de Sergipe e empresário Albano Franco, deputado pelo PSDB e membro da comissão, elogiou a decisão de Valentim de buscar as soluções para o Brasil por meio do diálogo e negociação.



O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) também falou sobre a necessidade de unir esforços para buscar o que o País espera nesse momento de crise do Poder Legislativo. que todos esperam dessa Casa. 



Para o deputado Leandro Sampaio (PPS-RJ), a luta de Edmilson em defesa da indústria naval, que resultou em uma vitória dos estaleiros nacionais, que voltaram a disputar no mercado mundial, o credencia para um trabalho exitoso na Comissão de Desenvolvimento Econômico. Ele lembrou ainda que Edmilson já presidiu a mesma comissão na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro na época em que cumpriu mandato de deputado estadual.



A deputada Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) disse que embora não seja membro da comissão, pretende participar desse debate. Lembrou que sendo representante do Amazonas, estado que possui uma zona franca, modelo diferente de desenvolvimento econômico, precisa estar em todas as discussões sobre o assunto, apresentando-se como parceira no debate de diminuição das desigualdades e de desenvolvimento regional.



Outras comissões



As outras comissões permanentes da Câmara também elegeram seus presidentes. Entre os maiores partidos, o PSDB ficou com as comissões de Fiscalização Financeira, a de Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente.



O PMDB vai para presidir uma das principais comissões da Câmara, que é a de Constituição e Justiça (CCJ), pela qual precisam passar todas as propostas legislativas. E ficou também com a de Seguridade Social e de Minas e Energia.



O PT ficou com a Comissão de Finanças e Tributação, também de grande importância, pelo fato de analisar todos os projetos com implicações financeiras ou orçamentárias. E ainda as de Direitos Humanos e a Comissão de Educação.



Ao DEM, coube a presidência da Comissão de Agricultura e da de Desenvolvimento Urbano. E o PP ficou com as comissões de Turismo e de Legislação Participativa.



O PDT ficou com a Comissão de Relações Exteriores; o PSC com a Comissão da Amazônia e o PTB com a presidência da Comissão de Trabalho. O PSB vai presidir a Comissão de Defesa, enquanto ao PR coube a Comissão de Viação e Transportes. Já o PPS ficou com a Comissão de Segurança Pública.



De Brasília
Márcia Xavier