A dança dos números

Na furiosa campanha que tem sido feita pelos maiores jornais brasileiros contra o movimento sindical, sob o pretexto de apoiarem as emendas dos deputados Augusto Carvalho, PPS de Brasília, e Antônio Carlos Pannunzio, PSDB de São Paulo, todos os pretextos

As empresas de comunicação tentam vingar-se do movimento sindical que as tem derrotado com sua luta contra a “Emenda 3” que beneficiaria os tubarões da mídia.
Para os grandes jornais os sindicatos brasileiros nadam em dinheiro, como se isso fosse possível em um país e em uma economia onde os salários representam apenas um terço da produção nacional.


 



E nem pensam em registrar também o imenso papel positivo desempenhado pelo movimento sindical em defesa dos trabalhadores representados, com suas mobilizações e lutas, como a preparação da nova Marcha à Brasília, no início de dezembro, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário e com alívio fiscal para as empresas, contra a terceirização e o trabalho escravo e por melhorias no sistema de saúde pública para a população trabalhadora.


 


 



Um só exemplo: estes mesmos grandes jornais não deram a seus leitores nenhuma informação sobre os resultados positivos da última campanha salarial dos metalúrgicos de São Paulo, que conquistaram aumentos reais, melhoria nos pisos salariais e cláusulas contra a terceirização.


 



E, para completar tudo isso, um bom exemplo de “desinformação sapiente”, ou seja, a ignorância disfarçada em sabedoria definitiva. Vou listar aqui, sem comentários, os valores atribuídos por alguns grandes jornais ao longo do tempo ao que seria recebido pelas centrais com a lei que as reconhece (referente a 10% da contribuição sindical).


 


Para o Correio Brasiliense, em 06/08, 100 milhões; para o Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, em editoriais de 09/09 e 14/09, 50 milhões; para o Valor Econômico, em 23/10, 130,5 milhões; para O Globo de 30/10, 49 milhões em 2007 e 81 milhões em 2008. Estes números ainda evoluem: o Estado crava 125 milhões em 01/11 e em novo editorial de 07/11, e a Folha, do mesmo dia, registra tabela em quem o montante chega a 130,8 milhões. Que balbúrdia!


 

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