A depressão e o futuro do planeta

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Estaciono a minha velha kombi, entro em casa, coloco as chaves no lugar de sempre e vou tomar um banho para relaxar. Por um instante, me vejo dirigindo em estradas distantes e perigosas.

Nas ruas em que eu passava, não via mais as árvores da minha juventude. A maioria tinha desaparecido para dar lugar a prédios e estacionamentos. Já os rios tinham secado. Onde antes se via água em abundância, restara pedra e poeira.

No meio da viagem, já cansado de dirigir por tantas horas seguidas, resolvo parar num posto de gasolina. Peço para o frentista completar o tanque, enquanto caminho em direção ao restaurante.

Pela TV, vejo que o número de desempregados no Brasil é de 14,1 milhões de pessoas. Nesse instante, olho para a minha kombi e penso: se a situação piorar, posso virar motorista de aplicativo.

De repente, um menor vendendo balas entra no restaurante e atrapalha a minha visão do televisor. Para ficar livre da presença dele, compro algumas balinhas e volto a minha atenção ao noticiário.

Peço a garçonete para aumentar o volume do televisor. O assunto agora é a Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP26). O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informa mais um recorde de desmatamento na Amazônia. Segundo o órgão, são 877 km² de área sob alerta em toda a região no mês de outubro, o maior desde o início da série em 2016. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve um aumento de 5%.

De volta à estrada, vejo que uma forte tempestade se aproxima. Nesse instante, acordo e descubro que não era chuva e sim a água do chuveiro.

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