A economia vai bem, mas o povo vai mal

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Exportação aumenta, mas comércio e serviços sofrem com recessão | Porto de Paranaguá (PR) / Foto: Claudio Neves

O governo Bolsonaro se agarra ao crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do 1° trimestre de 2021 para rebater a queda de popularidade após o fim do auxílio emergencial, aumento do desemprego, depoimentos na CPI da Covid e críticas ao combate à pandemia de Covid-19.

A frase que está no título desta coluna, elaborada* pelo General Emílio Garrastazu Médici após o milagre econômico durante a ditadura militar, aplica-se em parte ao momento atual. É verdade que não se pode afirmar que a economia “vai bem” considerando os recuos sistemáticos no PIB nos últimos anos após a adoção de políticas neoliberais. E esse crescimento, vale lembrar, é em relação ao último trimestre de 2020 e não significa uma retomada com sustentabilidade. Ainda assim, é uma recuperação de fôlego importante.

Mas não há discussão que o povo vai mal. Desemprego, informalidade e precariedade continuam aparecendo nos levantamentos do IBGE. Setores ligados ao agronegócio e demais atividades associadas à exportação cresceram, enquanto indústria, comércio e serviços vão de mal a pior. A situação social e financeira da grande maioria da população continua alarmante. Vacina no braço e auxílio emergencial digno são as medidas essenciais para alterar este quadro.

(*) “A economia vai bem, mas o povo vai mal” — Emílio Garrastazu Médici, 1974, Revista Visão, página 47

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