A política chinesa de ‘Covid zero’ é uma opção pela vida

Graças à opção do governo central por uma política de ‘Covid zero’, a China tem conseguido salvar milhares e, quem sabe, até mesmo milhões, de vida. Principalmente de pessoas mais velhas e de outros grupos humanos mais vulneráveis

Foto: Chen Jianli/Xinhua

Recentemente, tenho visto algumas reportagens produzidas pela mídia europeia, especialmente inglesa, francesa e espanhola, sobre a situação do coronavírus em Xangai. No geral, as reportagens enfocam pessoas com dificuldades de obter comida, animais de estimação sofrendo maus-tratos de agentes sanitários, pessoas levadas à ‘força’ para ficarem isoladas em hospitais improvisados, prejuízos econômicos, etc. Porém, quase sempre esquecem do fundamental: graças à opção do governo central por uma política de ‘Covid zero’, a China tem conseguido salvar milhares e, quem sabe, até mesmo milhões de vidas, principalmente, de pessoas mais velhas e de outros grupos humanos mais vulneráveis.

Evidentemente que a política de ‘Covid zero’ tem mudado a rotina da sociedade e exigido muitos sacrifícios. Em grandes cidades, como Xangai, onde os moradores precisam ficar longos dias isolados em suas próprias casas ou em espaços designados pelo governo para tratamento da doença, esses sacrifícios são ainda maiores. Muitos passam por situações realmente desconfortantes e dolorosas, além de terem que muitas vezes enfrentar excessos desnecessários de alguns funcionários ou agentes públicos envolvidos no trabalho cotidiano, quer em atividades de abastecimento, quer nas ações sanitárias concernentes.

Se por um lado a política de ‘Covid zero’ traz inquietudes e desconfortos, por outro lado se pode constatar que foi graças ao rigor adotado para o controle da pandemia que a China tem conseguido grandes êxitos. Para isso, basta compararmos o número de óbitos na China, menos de 5.000 nesses mais de dois anos de pandemia, com a de alguns outros países. Por exemplo, em alguns países ricos como os Estados Unidos temos quase um milhão de mortes; na Alemanha, mais de 175 mil; Reino Unido, mais de 170 mil; França, quase 160 mil. Em países em desenvolvimento como o Brasil, são mais de 660 mil e na Índia a cifra já ultrapassou as 520 mil mortes.

A paralisação de uma megalópole de mais de 25 milhões de pessoas como Xangai, revela muitas coisas. Primeiro, que o governo central está determinado a manter a política de ‘Covid zero’, independentemente do custo econômico. Segundo, que não se pode descuidar nem um pouco dessa pandemia, pois apesar desses mais de dois anos de aprendizagem muitas variáveis continuam desconhecidas. Terceiro, que certamente essa situação de Xangai aportará às autoridades do país um conhecimento de um novo tipo, fazendo com que o país se prepare melhor para responder de forma mais eficiente a situações semelhantes. E quarto, que essa precaução do governo tem sido fundamental para salvar vidas, especialmente das pessoas mais velhas, ou seja, justamente a geração que sacrificou sua juventude para que hoje tenhamos uma China mais próspera e confiante.

Pessoalmente, devido ao recente processo de gestação e, agora, de amamentação de nosso casal sino-nordestino, minha esposa ainda não foi vacinada. Por isso mesmo, sabemos bem da importância dessa determinação do governo em conter a propagação do vírus aqui na China. Para muitos, essa política de ‘Covid zero’ pode ser considerada muito rigorosa e até mesmo ‘excessiva’. Para grupos humanos mais vulneráveis como os idosos ou de pessoas em situações especiais, como a minha esposa, essa diretriz do governo central significa proteção, segurança e vida.

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