As lições já estão em todo lugar, “só nos resta aprender”

A luta contra o coronavírus tem exigido sacrifícios, paciência e solidariedade.

Solidariedade e mobilização social marcam o enfrentamento da doença na China l Foto: José Medeiros

Há praticamente dois meses o tema do coronavírus tem dominado o noticiário mundial. E assim deve continuar, principalmente agora que a pandemia conseguiu chegar a praticamente todos os países do mundo, isolando pessoas, fechando fronteiras e paralisando produções. E se é verdade que devemos evitar os alarmismos despropositais, também é verdade que não podemos nos descuidar.  A luta contra o coronavírus tem exigido sacrifícios, paciência e solidariedade.

Aqui na China, onde o vírus primeiro explodiu, já superamos a fase mais crítica. Com precaução e responsabilidade, as pessoas pouco a pouco voltam à rotina e o país retoma o seu curso produtivo. Agora, a preocupação central do governo é impedir que o vírus rebrote em algum lugar, seja através de uma transmissão interna ou externa. Por isso, o estado de vigilância é total. 

A grande lição aqui é que com o empenho correto das autoridades e a colaboração ativa do povo, as adversidades podem ser mais facilmente superadas. Aliás, isso pode ser visto claramente também no Japão e na Coreia do Sul. E já que o mundo está cada vez mais interconectado e as pessoas mais próximas, não custa nada observamos com bastante atenção a resiliência desses asiáticos diante de situações tão adversas como estas.

Na Europa, especialmente na Itália, a lição está sendo muito dolorosa. Apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos produzidos pela humanidade, está muito claro que continuamos com muitas fragilidades, especialmente na capacidade de nos preocuparmos mais com os nossos semelhantes e cuidarmos melhor uns dos outros… 

Nesse momento que o vírus continua aprontar pelo mundo e já começou a se espalhar também pelo Brasil, a lição maior, especialmente para os que governam, é que não é hora de se ficar distraído, esperando que o sol tropical ou a resistência física dos humanos resolvam por si todos os potenciais problemas. O ideal seria que todos baixassem um pouco as bandeiras da guerra para enfrentarem juntos mais essa tempestade que, convenhamos, não deverá ser pequena. 

 As lições já estão em todo lugar. E como nos ensina um famoso verso do belo cancioneiro brasileiro, “só nos resta aprender”.

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