Balança, mas ainda não cai 

– é preciso ampliar muito mais para derrotar o fascismo.

Talvez a grande novidade que o mês de maio nos trouxe foram as três grandes manifestações realizadas por todo o Brasil, sendo que duas delas foram contrárias e uma a favor do governo Bolsonaro e seus cortes no orçamento da educação.

A primeira delas, convocada através da greve geral da educação pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) no dia 15/05, trouxe as maiores mobilizações de rua desde as famosas “jornadas de junho de 2013”, mostrando que os movimentos sociais estão novamente disputando as opiniões do povo.

Como forma de dar uma resposta à altura, o presidente Jair Bolsonaro, de modo excêntrico, chamou para o dia 26/05 um ato de apoio a si próprio (bizarro) e às suas medidas de austeridade. Apesar de bem menores que as do dia 15/05, em algumas capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, ainda foi possível perceber algum apoio popular ao fascista tupiniquim.

O último dos três grandes atos se deu no último dia 30/05. Convocado pelas entidades estudantis (UNE, Ubes e ANPG) ainda no dia 15/05, as manifestações, que para alguns não vingaria, acabou se tornando um fenômeno nas redes e nas ruas, culminando com mobilizações gigantescas em mais de 200 cidades em 22 estados além de 10 países (segundo a própria UNE).

Mesmo que numericamente não tenha sido superior ao primeiro, a capilaridade do terceiro grande protesto foi maior, culminando em mais cidades mobilizadas. Se levarmos em conta que as Centrais Sindicais não chamaram greve para o dia 30/05, ao contrário do dia 15/05 onde a CNTE parou quase toda a educação básica, é impressionante pensar no poder mobilizador do movimento estudantil, em especial da UNE, mostrando que a juventude não está alheia ao que está acontecendo no país!

Entretanto, apesar de dois vitoriosos atos, o governo Bolsonaro ainda está de pé, mesmo sofrendo duros golpes, ainda não está à beira do fim (infelizmente). O “dia dos camisas pretas” de Collor não se repetiu no dia 26/05, apesar do presidente estar desidratando, ele ainda tem apoio popular, mesmo que em decrescimento.

Um fator importante que é preciso levar em conta para entender o que ocorre é a popularidade do ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro, com cerca de 60% de aprovação, ele ainda surfa de grande apoio na classe média e na mídia hegemônica, tornando-se o principal porta voz dos neofascistas.
O balanço de tudo isso é entender que a quadrilha que tomou de assalto nosso país ainda não está à beira da queda, portanto, é preciso ampliar ainda mais no discurso, nas mobilizações de rua e no parlamento.

Talvez a grande novidade que o mês de maio nos trouxe foram as três grandes manifestações realizadas por todo o Brasil, sendo que duas delas foram contrárias e uma a favor do governo Bolsonaro e seus cortes no orçamento da educação.

Iniciativas dentro da câmara, como a recente “Direitos Já”, frente de dez partidos, entre eles PSDB, PV, PT, Psol e PCdoB, de oposição a lógica bolsonarista, é um grande exemplo a ser seguido. Construir uma frente ampla contrária ao fascismo não pode ser apenas bravata, mas ser realizada na prática!

Teremos no dia 14/06 mais uma greve, dessa vez geral, englobando todas as categorias em defesa da educação e contrárias à reforma da previdência, portanto a tendência é de vermos atos ainda maiores pelo país afora, mas é preciso ir além.

Não basta pararmos somente, é preciso disputar também a opinião da classe média, ainda iludida com o discurso neoliberal espalhada pela grande mídia, afinal, se tem alguma coisa que ainda unifica toda a classe burguesa em nosso país é a agenda econômica do ministro Paulo Guedes, ultraliberal convicto!

Amplitude, paciência e unidade, ou a gente constrói na prática o que defendemos na teoria ou estaremos caminhando para um buraco ainda mais profundo do que já estamos.
Dia 14/06 vai ser ainda maior! Nos vemos nas ruas! Rumo a greve geral!

Até a próxima.

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