Brasil: república do financismo?

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Sede do Banco Central em Brasília - Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasília

O acordo bilionário do governo com o fisiologismo político nas eleições para o Congresso começa a apresentar resultados. Logo na primeira semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o apoio da equipe de Paulo Guedes, conseguiu aprovar dois projetos de interesse do sistema financeiro: a independência do Banco Central (BC) e a dolarização da economia.

O BC já possuía uma autonomia relativa, mas os dirigentes podiam ser exonerados pelo Presidente da República quando o chefe do executivo julgasse necessário. A vinculação da política econômica ao conjunto do governo é necessária, pois o voto popular elege o Presidente da República para conduzir as decisões mais importantes do país e ele precisa ter o controle das políticas de governo para defender interesses nacionais.

O segundo projeto referendado pela Câmara permite a abertura de contas em dólar. Anteriormente, a entrada de moedas estrangeiras era regulada pelo BC, responsável pelos processos de institucionalização financeira. Esse modelo, aliado à criação do real, permitiu uma certa independência monetária em relação ao sistema internacional. Paulo Guedes e o sistema financeiro querem retroceder décadas e transformar a economia brasileira em um mero cassino.

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