Chega de trabalho escravo!

A Pagrisa, no estado do Pará, é a única usina de cana e produtora de álcool e detentora de 17 mil hectares em Ulianópolis.

Fiscalizada pelo grupo móvel de combate ao trabalho escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego, foram encontrados e libertados mais de mil trabalhadores escravizados e a empresa foi autuada por inúmeras infrações e ilícitos (além, é claro, das constatadas fraudes de “evasão previdenciária”).



Mas os donos da Pagrisa têm costas quentes e bem aquecidas no Senado Federal; imediatamente um grupo de senadores reacionários e ruralistas se mobilizou através de uma “comissão externa” e foram até a empresa lá no longínquo Pará, fiscalizar o trabalho de fiscalização. Foram fazer lobby pela empresa, já que com o resultado das denúncias e autuações, a Petrobrás, por exemplo, havia cancelado todos os contratos com a Pagrisa (é uma política atual da Petrobrás não se abastecer com empresas que utilizem trabalho escravo, trabalho infantil e trabalho em condições degradantes).



A intervenção dos senadores provocou a reação da diretoria do ministério que cuida do grupo móvel e que trabalha bastante ligada a OIT: todas as fiscalizações do grupo foram e continuam suspensas. O ministro do trabalho, Carlos Luppi solidarizou-se com seus funcionários e encaminhou a mesa do Senado cópias de todos os documentos dos autos de infração; por seu lado os donos da empresa, alegando terem sido injustiçados, prometeram trazer a Brasília trabalhadores que testemunhassem contra os fiscais e novos documentos.


 


Neste confronto apoio de modo firme a fiscalização do ministério do Trabalho e Emprego e mais que isto, defendo que já é hora do conjunto do movimento sindical considerar a abolição do trabalho escravo como uma de suas metas unitárias e possíveis de serem atingidas no atual governo. Queremos já o fim do trabalho escravo.

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