Democracia, direitos dos povos e do planeta – Fórum Social das Resistências
Para que os movimentos sociais se rearticulem contra todas essas crises é imperioso um amplo movimento de resistência
Publicado 26/04/2022 08:08 | Editado 26/04/2022 08:13
Ocorrerá entre os dias 26 e 30 de abril, o Fórum Social das Resistências em Porto Alegre/RS. A edição desse Fórum está sendo construída por várias organizações populares, movimentos sociais e centrais sindicais. Essa articulação foi iniciada em 2017 e vem crescendo. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB está participando de várias atividades, assim como está mobilizando sua militância e entidades filiadas para participarem.
O ano de 2022 marca o 20º aniversário do 1º Fórum Social Mundial – FSM, realizado, também, em Porto Alegre. Além de manter o tema de sua fundação – Outro mundo é possível – o Fórum desse ano levanta a bandeira da democracia como pressuposto da defesa dos direitos dos povos e do planeta.
É importante destacar que o primeiro FSM foi realizado por vários movimentos sociais que mobilizaram manifestações antiglobalização e contra o neoliberalismo ao redor do mundo, nos anos de 1998 a 2002. Foi um movimento de contestação e culminou com uma grande reunião dessas organizações sociais em oposição ao encontro anual do Fórum Econômico Mundial que era realizado em Davos, Suíça.
Os primeiros anos do FSM foram de intenso debate entre os movimentos sociais que buscavam um outro mundo, uma alternativa que se contrapusesse ao modelo global neoliberal. Várias iniciativas de caráter governamental foram realizadas. Na América Latina, governos populares buscaram essa possibilidade. Hugo Chaves na Venezuela, Fernando e Cristina Kirchner, na Argentina, Evo Morales, na Bolívia, Lula e Dilma Rousseff, no Brasil, Tabaré Vázquez e José Mujica, no Uruguai, e Rafael Correa, no Equador foram exemplos dessa nova construção democrática e popular. Porém, veio a grande crise do subprime norte-americano dos anos 2007 e 2008 e as consequências dessa crise foram as mesmas medidas neoliberais do final dos anos 1990, principalmente na América Latina. Junto com essa viragem neoliberal veio uma onda neoconservadora, que em alguns países dava sinais de neofascismo. Os movimentos sociais perderam terreno nessa disputa e diminuíram a intensidade de suas mobilizações.
O certo é que continuamos numa crise sistêmica. Os problemas ambientais continuam e crescem em todo o planeta. A economia não retoma um desenvolvimento sustentável, não há diminuição da pobreza e se mantem e se amplia o desemprego. Os direitos sociais estão sendo retirados. Vários países do mundo sofrem com golpes de estado que derrubam governos democraticamente eleitos. A democracia é ameaçada.
Justo nesse momento, faz-se necessária a defesa da democracia. Para que os movimentos sociais se rearticulem contra todas essas crises é imperioso um amplo movimento de resistência. Transformar esses movimentos numa massiva e ampla mobilização global para eliminar esse modelo neoliberal, neoconservador e antidemocrático se faz urgente.