Feijão e Fuzis

Pai, Qual criança nunca ouviu aquela música que diz: – Um dois, fuzil com arroz. Três quatro, fuzil no prato…

Rio de Janeiro, 03 de Setembro de 2021.

Pai,
Qual criança nunca ouviu aquela música que diz:
– Um dois, fuzil com arroz. Três quatro, fuzil no prato…
O fuzil sempre fez parte da infância de todo brasileiro, né?!
Ouvíamos nossas mães contar a história do “João e o pé de fuzil”, quando João trocou uma vaca por fuzis mágicos.
A mãe de João jogou os fuzis fora e eles brotaram e surgiu uma árvore imensa.
Sabemos que fuzil brota com facilidade.
Quem não lembra dos fuzis apreendidos que brotaram na casa do vizinho do presidente?
Toda criança já plantou fuzil no algodão e ficou acompanhando o brotinho crescer.
Por conta da nossa cultura em torno do fuzil é que foi nomeado o atual ministro de ciência e tecnologia, já que ele começou sua vida profissional indo pro espaço plantar fuzil no algodão na órbita da terra plana.
Vão dizer que isso é coisa da China, mas a comida lá é feita com brotos de bambu e broto de feijão.
O broto de fuzil ficou popular na nossa dieta, durante o golpe 1964.
Foi quando começaram a diversificar e não usar só o algodão.
Nessa época plantavam o fuzil na cara de estudantes, jornalistas, artistas, religiosos…
A ecologia sempre foi o forte dos militares brasileiros.
Abriu a boca pra reclamar, lá estavam eles plantando o fuzil na cara.
Depois dizem que não eram democráticos.
Com não?
Plantavam fuzil na cara em qualquer um que reclamasse, por igual!
Isso sim era um plantio democrático!
E ainda vem gente pedir feijão.
Olha que absurdo!
Ainda mais para as nossas forças armadas que só comem picanha com leite condensado.
Pro povo mesmo, é fuzil na cara.
Um beijo do seu filho,
Ivan

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