Fora de tempo

Há muito que celebrar nesse carnaval extemporâneo. Sobretudo a derrota de Bolsonaro e sua legião de negacionistas

Desfile do Bloco Mudança do Garcia durante Carnaval 2019 de Salvador

Ouvindo o rádio logo cedo, lembrei daquela marchinha que diz que foi seu Cabral que descobriu o Brasil no terceiro dia do carnaval.

É que hoje celebramos Tiradentes e há carnaval no Rio, em São Paulo e em outras partes do país. 

Fora de época, como se diz.

Tudo por conta da pandemia do novo coronavírus, que de tão intenso e multifacetado em variantes as mais diversas, já não é tão novo assim…

De toda forma, há muito que celebrar nesse carnaval extemporâneo. Sobretudo a derrota de Bolsonaro e sua legião de negacionistas.

Pois só é possível ter carnaval agora e o uso de máscaras estar flexibilizado para locais públicos em todo o país porque afinal beiramos 80% da população brasileira vacinada.

Contra a vontade de Bolsonaro e sua trupe. Inclusive dos dois últimos ministros da Saúde, o general falso especialista intendente e o ex-respeitado especialista em hemodinâmica, ora no cargo.

O presidente fez campanha contra a vacina e retardou o quanto pôde a sua aquisição. 

Deu interpretação pessoal e vulgar ao conceito de imunidade de rebanho. 

Quando enfim admitiu a compra de vacinas, na saleta ao lado auxiliares seus bancavam negociatas devidamente denunciadas pela CPI no Senado. Sabia de tudo e nada fez, cometendo prevaricação explícita. 

Então, o carnaval desses dias até domingo — ao som do samba, frevo, maracatu e marchinhas antigas e recentes — termina sendo a comemoração popular da vitória da ciência e da derrota do presidente obtuso e inepto. 

Oxalá (ainda se usa essa expressão?) possamos cantar a velha marchinha carioca na versão atualizada e dizer que o Brasil terá sido redescoberto, em outubro, pela maioria dos brasileiros que enfim terá enterrado o fascismo bolsonarista.

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