Governo Temer decreta o início do fim da Amazônia

Ao longo dos últimos três meses, o governo ilegítimo de Michel Temer se superou em matéria de aniquilamento do patrimônio ambiental nacional ao encaminhar (e aprovar) as Medidas Provisórias (MPs) 756, 758 e 759 no Congresso Nacional, legalizando, na prática, a destruição legalizada da maior floresta equatorial do mundo.

Para quem não acompanhou o desenrolar das matérias, a primeira destas MPs diminuiu os limites da Floresta Nacional do Jamanxim (Novo Progresso, no Pará) 1.301.120 ha para 557.580 ha, um verdadeiro absurdo! Sem nenhum debate com ambientalistas e moradores, a presidência da república simplesmente libera o desmate de 743.540 ha! Isso significa uma redução de mais de 700 mil campos de futebol de Amazônia preservada para agradar os grandes latifundiários, principais aliados do Planalto no poder legislativo.

Não satisfeitos com esta ação, aprovou-se também a MP 758, onde 862 ha do Parque Nacional do Jamanxin (não é o mesmo local que o anterior) deixaram de ser protegidos para darem lugar às obras da Estrada de Ferro 170 e a BR-163, a rodovia Cuiabá-Santarém.

Os argumentos governistas são de que com estas medidas iriam diminuir os conflitos de terra locais, uma enorme falácia haja vista o aumento das mortes no campo desde o golpe dado na presidenta eleita Dilma Rousseff.

A verdade nua e crua é atender aos interesses dos ruralistas, interessados em escoar sua produção de grãos originárias do Mato Grosso de maneira mais rápida para o porto de Santarém, um dos maiores do Norte do país de maneira mais rápida, sem nenhuma preocupação com o desenvolvimento sustentável do nosso maior patrimônio natural!

Para terminar, última das três MPs, a 759, que altera e flexibiliza a questão fundiária vai trazer um prejuízo para os cofres públicos de R$ 19 bilhões somente na Amazônia, segundo dados da ONG Imazon. Neste mesmo estudo, fica claro que os 25.199 imóveis rurais ali presentes, avaliados em R$ 21 bilhões, passarão a valer entre R$ 486 milhões e R$ 2,4 bilhões: ou seja, no máximo 10% do preço de mercado destas propriedades! Para uma economia em crise, abrir mão deste volume de dinheiro poderia ser inexplicável se não fosse o governo Temer, onde todas as ações são dirigidas pelo grande capital financeiro.

Para a bancada da “soja”, sedenta por receber mais afagos do presidente golpista em troca de seu apoio parlamentar, esta MP os coloca em uma excelente situação para negociar compras baratas de terras e grilagens com os pequenos produtores rurais, que com suas terras desvalorizadas e os programas de reforma agrária parados, acabam por ficar sem opção de sobrevivência.

O resultado disso, evidentemente, será colocar as terras de recém-assentados na mira do agronegócio, haja vista que os pequenos assentamentos e agricultores familiares passarão a receber assédio direto dos grandes fazendeiros, algo totalmente imoral e criminoso!

O que se pode concluir dessas três MPs, editadas ao longo dos últimos três meses, é que o perfil entreguista e antinacional da presidência da república, usurpada de forma ilegítima, não tem limites. No ímpeto de agradar aos seus aliados, o Planalto legaliza, de maneira totalmente absurda, a destruição da Floresta Amazônica, dona, sozinha da maior biodiversidade do planeta! O que seria nosso passaporte para o futuro, está sendo entregue ao latifúndio em troca de votos na câmara federal!

Para concluir, é preciso lembrar que a causa de tudo isso tem nome: ultraliberalismo capitalista. A busca de lucro desenfreada pelo capital financeiro internacional não tem limites, o que estamos assistindo é apenas mais uma faceta do golpe de 2016, mostrando de fato como não existe, e nem existirá, preservação ambiental e respeito ao pequeno produtor no modo de produção capitalista, defender a natureza e o direito de existir de todos os seres vivos, é antes de tudo lutar contra a faceta mais sangrenta do capitalismo, o neoliberalismo imperialista.

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