Grito mundial de liberdade

Delegações juvenis de distintas organizações e movimentos de 46 países de todos os continentes estiveram presentes no Encontro Juvenil Internacional de Solidariedade aos Cinco, realizado em Cuba nos dias 29 e 30 de abril, exigindo a liberdade dos cinco cu

Na foto, de cima para baixo: René, Ramon, Gerardo, Fernando e Antonio


 


A UJS compareceu, ao lado de outras representações políticas juvenis e também de entidades estudantis brasileiras como UBES e UNE (através da OCLAE), nessa importante atividade que se converteu em um espaço de debates, apontamentos e diretrizes claras na luta contra o terrorismo, sobretudo sua vertente mais ameaçadora que é a promovida na atualidade pelo Estado norte-americano, bem como a denúncia em forma de uma campanha permanente pela libertação dos cinco cubanos encarcerados nos Estados Unidos há nove anos.


 



O caso dos cinco cubanos, consagrados pelos seus compatriotas como heróis nacionais, é emblemático. Até o mais ferrenho anti-cubano que tenha o mínimo de dignidade e um senso crítico elementar é obrigado a reconhecer o vergonhoso exemplo de injustiça e arbitrariedade praticado nos EUA ao meterem na cadeia por pena máxima (alguns nem ao menos podem receber visitas dos seus familiares mais íntimos) a cinco homens que a única coisa que faziam era exercer o direito que lhes assistem de defender seu país dos inúmeros atentados terroristas organizados a partir dos Estados Unidos. Recordemos que não estamos nos referindo a qualquer país, senão de um Império que fustiga todo um povo há 45 anos com um cruel bloqueio econômico e que desde a vitória da Revolução em Cuba promove contra essa nação independente toda a sorte de ataques, invasões, sabotagens, assassinatos, isolamento diplomático, guerras químicas e bacteriológicas, atentados, provocações, além de uma campanha midiática constante de desestabilização do governo revolucionário. Com todo esse histórico de violência contra Cuba, o governo desse país sempre precisou se precaver e conhecer os planos de agressão de seus inimigos numa autêntica e legítima política de prevenção.


 



E foi justamente no ventre da besta imperialista que em 12 de setembro de 1998 foram presos Antonio Guerrero, Ramón Labañino, Gerardo Hernández, Fernando González e René Gonzaléz por terem se infiltrados entre os contra-revolucionários de origem cubana residentes em Miami para, com provas, denunciar às autoridades os planos terroristas quem em 47 anos já ceifaram a vida de mais de três mil cubanos vítimas de ataques promovidos a partir dos EUA. Foram encarcerados, separados, colocados em presídios de segurança máxima e submetidos à duras penas e condições carcerárias sub-humanas, julgados em meio ao ódio da contra-revolução cubana em Miami, em um lugar e em um ambiente improvável de se selecionar um júri imparcial e minimamente alheio a pressões e ameaças como de fato ocorreu merecendo a denúncia e a condenação de entidades ligadas ao Direito Internacional de todo o mundo em relação a esse processo, inclusive da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB.


 



Mesmo assim, continuam presos há quase uma década mesmo com todo o peso de uma lista sem fim de intelectuais, entidades de direitos humanos, juristas, religiosos e tantas outras personalidades, nações e instituições do porte da ONU, através de seu Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da Comissão de Direitos Humanos, que apelam por justiça e exigem a liberação imediata dos cinco. Permanecem encarcerados mesmo após uma Corte de Apelações ter decidido por unanimidade revogar suas condenações, admitindo as provas apresentadas pela defesa a respeito das ações terroristas desencadeadas contra Cuba. Aguardam justiça enquanto cada vez mais o mundo vai tomando conhecimento dessa barbaridade e se mobiliza através de Comitês de Solidariedade aos Cinco que vão se alastrando em todos os países como uma bandeira internacionalista contra a guerra, o terrorismo e pela paz.


 



Como não poderia ser diferente, os grandes meios de comunicação se mantêm silenciosos sempre quando se trata de algum tema ou assunto capaz de desgastar a imagem dos Estados Unidos entre a opinião pública mundial e a única liberdade que defendem é a tão adulterada “liberdade de imprensa” que melhor legitima seus interesses. Ou seja, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos promovem o terrorismo de Estado e solta o terrorista confesso Luis Posada Carriles, mantêm presos cinco anti-terroristas com o aval da grande imprensa que com seu sofisticado aparato midiático e ideológico influencia todo o mundo com a propaganda pró-imperialista e promove a censura às informações relevantes que vão contra o seu sistema. É o silêncio “ensurdecedor” de quem, por interesse de classe, se contrapõe ao clamor mundial de solidariedade a esses cinco cubanos que se atreveram a enfrentar o inimigo na “casa do adversário” na tentativa de minimizar as agressões que estão catalogadas pela história ao longo das últimas quatro décadas.


 



Os movimentos sociais juvenis em todo mundo elevam mais uma vez seu grito contra o imperialismo com a mesma firmeza com a qual resistem Geraldo, Antonio, René, Fernando e Ramón, há quase uma década cumprindo pena nas condições mais duras e hostis, jamais se vergando ante o inimigo.


 



Seguiremos unidos, irmanados a essa causa que hoje não pertence apenas a Cuba, senão a todos os povos do mundo que lutam contra o terrorismo patrocinado pelo imperialismo norte-americano.


 



P.S.: No mesmo sentido, a campanha pela libertação do companheiro Marcelo Buzzeto, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no Brasil, deve aglutinar os movimentos juvenis e sociais em nosso país em outra importante bandeira antiimperialista que é a luta contra a criminalização dos movimentos sociais.


 

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