Há vida no movimento sindical

No Rio Grande do Sul está acontecendo a maior greve de professores das escolas públicas nos últimos tempos e olha que lá o CPERS (sindicato estadual da categoria) tem tradição de luta.

Os servidores reagem indignados contra a pretendida deforma administrativa mas, sobretudo, contra os atrasos de pagamentos; os salários estão sendo parcelados há 50 meses, desde a administração passada do emedebista Sartori e toda a do tucano Leite.

Na porta do palácio Piratini (sede do governo do estado) a presidente do CPERS, Helenir Schürer, foi golpeada na cabeça e levou spray de pimenta quando seus liderados procuravam entregar ao governo um documento contra a deforma, o que radicalizou nas escolas o sentimento grevista.

Aqui em São Paulo a Apeoesp (o equivalente paulista do CPERS gaúcho) determinou uma greve a partir do próximo dia 3 em protesto contra a deforma previdenciária e o novo quadro de carreira. Como aconteceu durante a luta dos funcionários da prefeitura de São Paulo contra a deforma previdenciária municipal, a greve atual dos professores estaduais pretende se intensificar nos dias em que houver discussões e votações na Assembleia Legislativa do estado garantindo as mobilizações.

O movimento sindical se manifestou unido contra a famigerada MP 905, a medida provisória do fim do mundo em verde e amarelo. Conseguiu apoiado nas 1.930 emendas e em inúmeras ADINs, avançar com a exigência de sua devolução mesmo que parcial ao Executivo, o que a golpearia fortemente.

Mas os bancários cutistas, sob o comando e orientação da Contraf, rejeitando a MP como o conjunto do movimento, negociam com a Fenaban e tentam impedir a vigência dos artigos da MP 905 que dizem respeito à jornada de trabalho aumentada e ao trabalho liberado aos sábados, fazendo valer a convenção coletiva da categoria que vigora, no mínimo, até agosto do próximo ano.

Citei três exemplos: de luta, de determinação de luta e de negociação inteligente. Há vida no movimento sindical!

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