Hora de virar a página do golpismo e pensar o Brasil  

Há meses o Brasil vive sob a sombra e o assombro do golpismo. Na prática um golpe de estado descolado das leis e regras constitucionais. O descalabro perseguido por setores oposicionistas e por grupos reacionários buscam de todas as formas golpear o governo, a democracia, a sociedade e principalmente os trabalhadores.

A articulação dos setores oposicionistas: PSDB, DEM, PPS e Solidariedade, encontraram na mídia monopolista a base de sustentação do golpe. Sua função: divulgar e potencializar diariamente as manobras golpistas.

Aos olhos atento da nação se instaurou a crise política e econômica associada à corrupção endêmica alastrada nas diversas instituições do Estado e da sociedade, senadores, Deputados, Ministros do TCU, líderes políticos, dirigentes de estatais, são em números significativos investigados e denunciados por operar esquemas poderosos de desvios de recursos públicos. Nada diferente do que sempre ocorreu na história patrimonialista brasileira. Conforme as regras dos corruptos e corruptores grande parte dos esquemas convergem para benefícios próprios ou de grupos mafiosos, a muito conhecidos pela Policia Federal e Ministério Público.

Contudo, o que está em curso mesmo, é a tentativa de derrubar o governo Dilma, eleito democraticamente pelo voto popular e constituir uma “nova política” com o claro propósito de aplicar no país um “novo projeto político, econômico e social”.

Durante meses o candidato derrotado do PSDB Aécio Neves lidera no front político a tentativa de um golpe paraguaio. A Justiça Federal do Paraná busca com as delações premiadas de empresários e políticos, denunciados na operação Lava Jato da Policia Federal indícios e provas materiais que comprometam a Presidenta Dilma Rousseff. A imprensa cartelizada divulga e potencializa todas as informações cotidianamente, vazada seletivamente pela vara da justiça Federal do Paraná, mais conhecida como vara de Guantamano. O sistema golpista, partidos de oposição, Policia Federal, Ministério Publico Federal e imprensa mantém e alimenta diuturnamente a tentativa de golpe.

Contudo, após meses de buscas e apreensões nada foi encontrado nas investigações que pudessem envolver a Presidenta Dilma em crimes de responsabilidade ou improbidade administrativa. Mesmo as investidas no TCU e TSE, que trouxe para o centro da crise as chamadas pedaladas fiscais e a reabertura da prestação de contas da candidata Dilma, aprovada e novamente reaberta pelo TSE, foram incapazes de derrubar o governo, demonstrando assim, seus limites e fragilidades.

Neste cenário de crise fabricada e articulada pela mídia, apoiada por setores liberais e conservadores da sociedade, foi-se consolidando na população uma aversão ao governo, um sentimento de traição ao que foi apresentado no processo eleitoral e o que esta sendo realizado na prática. Nesse cenário de intensa luta política pressões e contra pressões, fez o governo tangenciar o projeto político da oposição, fundamentalmente nas políticas macroeconômicas e reformas trabalhistas. Ao mesmo tempo manifestações contra o golpismo, a defesa da democracia e do Estado democrático de direito foram surgindo na sociedade. Alguns setores que jogavam no “quanto pior melhor” recuou, compreendendo que o golpismo poderia levar o país a uma situação incontrolável, com reflexos inimagináveis na economia. Empresários, banqueiros, intelectuais, líderes políticos, organizações da sociedade civil, movimento populares, centrais sindicais foram cumulativamente manifestando posições contrárias à aventura golpista.

A situação dos setores oposicionista, que ainda hoje fomentam o golpe, ficou ainda pior, no momento que o Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, foi denunciado pelo envolvimento em diversos ilícitos praticados dentro e fora do país. Cunha um dos principais opositores do governo Dilma perdeu toda e qualquer legitimidade para permanecer à frente da Câmara Federal, devendo ser denunciado imediatamente pelo conselho de ética e afastado do cargo de Deputado Federal. Essa iniciativa deverá no curto prazo, ser incorporada pela maioria dos Partidos políticos que defende o Estado Democrático de direito e que queira o mínimo de respeito da sociedade brasileira.

Nesse sentido, governo federal, partidos da base, centrais sindicais, movimentos sociais, empresários, democratas, intelectuais, organizações da sociedade civil devem com base na evolução dos fatos verificados nos últimos dias, virar a pagina do golpismo que amedronta e inibe o avanço do governo e consequentemente do país. Precisamos reafirmar o projeto político vencedor nas eleições de Outubro e não permitir que as reformas neoliberais e legislações reacionárias conduzam o governo. A governabilidade e a resolução dos graves problemas econômicos e sociais do país, derivados da crise política, devem ser conduzidos com base no projeto vencedor nas ultimas eleições. Desenvolver o Brasil com justiça social e reformas estruturais.

O discurso golpista nesta fase da luta política tem como único objetivo: Alimentar a oposição e efraquecer o governo Dilma. Uma oposição denunciada por corrupção, liderada por Agripino Maia – DEM, Paulinho da Força – Solidariedade, Roberto Freire – PPS e pelo inexpressivo e desmoralizado Aécio Neves. Uma oposição que não tem o respeito e a credibilidade da grande maioria da sociedade brasileira e de suas representações de classe.

Nesta fase da luta política no Brasil é preciso isolar a oposição reacionária e repensar medidas emergenciais e construir uma agenda política estratégica capaz de reagrupar as forças políticas e sociais que levaram Dilma Rousseff a quarta vitoria consecutiva. É urgente a mobilização e estruturação de uma frente democrática e popular para retomar a agenda política. Propor uma nova política econômica e macroeconômica, projetos estruturais, reformas estruturais, recomposição da base social, aglutinar as forças desenvolvimentistas e populares com ênfase nos direitos trabalhistas e previdenciários. Consolidar o projeto popular que pela quarta vez consecutiva comanda a nação brasileira.

É hora de virar a página do golpismo e pensar no Brasil 

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