Meus motivos para votar no segundo turno (parte 2)

Na semana passada, neste espaço, afirmei que votaria no segundo turno, principalmente, pela educação.

O projeto de educação em andamento no país não pode sofrer mudanças de rota. Como o outro lado não deixa claro o que quer fazer com a educação e por onde passou mostrou que tipo de projeto de educação prefere (e não é este que garante investimentos da educação infantil até o ensino médio, que recupera o ensino técnico no país e que amplia os investimentos no ensino superior abrindo as portas das universidades para um universo nunca antes sonhado), voto sem pestanejar em Dilma. É a garantia que o projeto, iniciado com a criação do Fundeb em 2006, terá continuidade e assim construir o futuro da nação que tanto sonhamos.

Mas também voto em Dilma pela minha cidade, Foz do Iguaçu. Foi com o Lula e com Dilma, no Ministério das Minas e Energia, que a Itaipu Binacional deixou de ser apenas uma importante geradora de energia elétrica, para ter responsabilidade social e investir seus lucros em propostas como o Parque Tecnológico da Itaipu – PTI, que possibilitou a instituição de projetos como a Universidade Aberta e a Unila – Universidade Nacional de Integração Latino Americana, além de tecnologias como o carro elétrico e a exploração do Biogás na região. Foi também em parceria com a Itaipu que a cidade conquistou uma unidade do Instituto Federal – IFPR. A hidrelétrica instituiu programas como o Cultivando Água Boa, numa ação conjunta com os 26 municípios e pequenos agricultores de toda a bacia que compõe o Lago de Itaipu. Investiu no turismo, no esporte, na saúde, na educação, na cultura, na sustentabilidade ambiental, ou seja, fez o que deve fazer uma empresa pública, investir no seu povo. O que o outro lado vai fazer com a Itaipu? Nunca disseram…

Voto em Dilma para não correr o risco de que o grande projeto da Unila, com 34 novos cursos previstos para o ano que vem, seja interrompido com o falso discurso de que não há recursos para projetos inovadores nas universidades federais. É sempre bom lembrar que quando se fala em ajuste fiscal, o principal discurso econômico do outro lado, as universidades federais, assim como os programas sociais, são sempre os primeiros a serem sacrificados. Não esqueçamos que neste ano a Unila abriu o curso de medicina, com 60 vagas e vai muito bem.

Temos vários projetos em andamento, que precisam de compromissos para saírem do papel, alguns já com recursos garantidos como a construção da segunda ponte com o Paraguai, a perimetral Leste e outros que almejamos tanto, como a construção do Beira Foz, uma proposta do Governo Federal. Qual a posição da campanha tucana sobre os projetos para a nossa fronteira? Eu desconheço.

E os projetos já aprovados que dependem de financiamento da Caixa Econômica Federal, como a duplicação da Avenida Felipe Wandscheer? Quando o provável ministro da Fazenda, de um hipotético governo tucano, Armínio Fraga, diz que os bancos públicos precisam reduzir os investimentos sociais, estão incluídos financiamentos de obras de mobilidade pela Caixa? Pelos sinais, estão!

E o financiamento do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu? Hoje o governo federal é responsável pela principal parte do custeio do Hospital. Isso continuará?
Mas voto também em Dilma pela condução da economia!

O modelo econômico proposto pelos tucanos, é o baseado em ajuste fiscal (que em outras palavras, significa aumento de impostos e redução de programas sociais), e uma hipotética e fantasiosa inflação de 3%, ou seja, mais aumento de juros, mais recessão. Apesar de serem baixos, se comparados ao período tucano, nossos juros já estão alto demais, precisamos é de outra receita de desenvolvimento, de um novo ciclo e não da volta aos métodos já testados e que fizeram 2002 terminar como um dos piores e mais recessivos da nossa recente história.

Voto em Dilma pela saúde! Temos problemas na saúde pública, mas se compararmos os investimentos federais na área: saltamos de R$ 28 bilhões em 2002 para R$ 106 bilhões em 2013, veremos que muito está sendo feito para melhorar, principalmente a manutenção da Estratégia da Saúde da Família, estudos sobre a forma de gestão dos hospitais públicos e a enorme ampliação e interiorização dos cursos de medicina que em médio prazo resolverá o problema da falta de profissionais médicos no país. São 111 novos cursos de medicina criados no período Lula/Dilma. Só no período Dilma foram 55, destes 21 em instituições federais, outros 11 em instituições públicas municipais ou estaduais. Foram 3.323 vagas abertas em todo o país no ano de 2013, destas, apenas 25,4% nas capitais.

E voto em Dilma também pelo combate a corrupção. Sim! Os instrumentos criados pelo período Lula/Dilma, que optou por não esconder a sujeira para debaixo do tapete, como é a tradição dos tucanos, fez com que tantos casos fossem descobertos. Basta lembrar que todos os escândalos, incluindo o da Petrobrás, foram resultados de investigação pública, ou da Polícia Federal, que passou a ter independência para cumprir seu papel (na gestão FHC a PF fez apenas 48 operações, contra 1.273 nos últimos 11 anos – e se lembrarmos da sequência de escândalos do Governo FHC, que não deram em nada ou foram devidamente engavetados pelo ex-procurador geral da União, Geraldo Brindeiro), ou de instrumentos como a Controladoria Geral da União, que virou lei em 2003 e ganhou estrutura de trabalho em 2006.

Só para relembrar os fatos, de 626 inquéritos criminais que recebeu, Geraldo Brindeiro, no período de 95 a 2002, engavetou 242 e arquivou outros 217. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e quatro contra o próprio FHC. Entre as denúncias que engavetou está a de compra de votos para aprovação da emenda constitucional que aprovou a reeleição para presidente, beneficiando o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, descobriu-se que o escritório de Brindeiro estava na contabilidade de Carlinhos Cachoeira.

Para não nos aprofundarmos neste debate, que é um dos cânceres do país, basta recordar que nos escândalos atuais, o PSDB e o DEM, principais partidos da coligação tucana, também receberam dinheiro (e milhões), das empresas investigadas pela Operação Lava Jato (escândalo da Petrobrás). Sem falar que o mensalão mineiro, do PSDB de Aécio, nunca foi a julgamento no STF.

É óbvio que políticos do PT e de outros partidos da base aliada cometeram desvios graves e devem ser punidos por isso. A diferença é que Dilma nunca escondeu a sujeira. Todos os seus ministros e ocupantes de cargos de confiança envolvidos em denúncias foram exonerados e tiveram que se explicar na justiça (longe do governo, mesmo aqueles que foram inocentados depois).

Outra diferença. Ao contrário do histórico dos tucanos, principalmente do Aécio em Minas, Dilma não saiu por aí censurando a imprensa que deu manchetes contra seu governo ou divulgou denúncias de corrupção. Mesmo alguns fazendo campanha aberta contra sua reeleição, todos os grandes órgãos da imprensa nacional continuam recebendo publicidade oficial, seja institucional do Governo (até antes do período eleitoral) ou das estatais.

Democracia se constrói assim. E a luta contra a corrupção também!

Por tudo isso continuo com Dilma!


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