Nas trincheiras da resistência temos a educação pública brasileira

O objetivo dos dois últimos governos é exatamente combater o ensino que faça pensar, os métodos pedagógicos críticos e buscar implementar um sucateamento

Foto: Ubes

Nestes seis anos desde o golpe de 2016, onde temos enfrentado no dia a dia variadas perdas de direito, um ator tem tido papel destacado no país: a educação pública.

Seja com as ocupações estudantis nas escolas lutando contra a reforma do ensino médio, a resistência dos educadores às propostas de alterações na BNCC, a obstinação contra o desmonte durante a pandemia até a recente greve dos servidores dos Institutos Federais (IF), vemos a luta realizada por alunos, trabalhadores do setor administrativo e professores.

No parágrafo anterior nos detemos somente às pautas específicas da “categoria”, mas se ampliarmos, também os veremos com atuação de destaque também nas jornadas contra a reforma trabalhista, previdenciária, administrativa, Emenda Constitucional 95, pela CPI da Covid e, agora, do MEC, entre outras, mostrando como estes sujeitos seguiram e seguem mobilizados.

Evidentemente que educar e não lutar é uma contradição pedagógica, como dizia Paulo Freire, portanto defender a educação pública, gratuita, laica, de qualidade e para todos é fundamental no contexto de ataques que estamos sofrendo, afinal de contas estão sendo implementadas, aos poucos, uma reforma educacional e curricular elitista nunca antes vista no país.

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O objetivo dos dois últimos governos é exatamente combater o ensino que faça pensar, os métodos pedagógicos críticos e buscar implementar um sucateamento nos estabelecimentos de ensino que façam com que estes não consigam fazer mais que o básico, negligenciando inclusive verbas que poderiam ser usadas para garantir bolsas de permanência, pesquisa e extensão, como no caso dos IF.

O papel dos movimentos sociais dessa área nunca teve tamanha importância e destaque, afinal o desafio de vencer a atual gestão governamental do país passa prioritariamente pela sua organização em defesa das pautas populares e dos mais necessitados, exatamente os mesmos que tem na escola pública a maior chance de reescrever a própria história.

Para conseguirmos vencer as eleições em outubro e recomeçar um projeto de país que seja inclusivo, precisamos pressionar por um grande “revogaço” das reformas e ações feitas por Temer e Bolsonaro, em especial na área da educação, juntamente com a saúde e a ciência, as mais afetadas com a Emenda Constitucional 95 que congelou os investimentos públicos em áreas prioritárias por 20 anos.

Se muito já foi feito nas trincheiras da resistência, mais ainda precisa ser para conseguirmos voltar a construir o país dos nossos sonhos, derrotar o projeto ultraliberal fascistóide nunca esteve tão próximo de ser realizado, não podemos errar e nós, educadores e educandos, não podemos parar de lutar, pois podemos, juntos, vencer esta batalha!

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