O mundo gira na pandemia

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Aqui em casa Luci sempre recomenda que eu aborde nesta coluna, durante o mês de dezembro, temas mais leves, se possível crônicas, como uma espécie de gratidão pela paciência dos meus certamente poucos e persistentes leitores de todas as quintas feiras.

E assim faço ao longo de 15 anos…

Tanto que uma coletânea dessas crônicas chegou a ser reunida no livro “Como o lírio que brotou no telhado”, publicado pela editora Anita Garibaldi.

Porém quinta-feira passada falhei clamorosamente. Confundi hora e data e não enviei o texto da coluna ao nosso competente e estimado editor Inácio Carvalho.

Mas tenho uma atenuante: cruzam-se a pandemia e o final do meu mandato de vice-prefeito na Prefeitura do Recife e, creio que para uma boa parcela da população da cidade, o mundo pode acabar justamente no dia 31 deste atribulado mês de dezembro!

Entre as providências próprias de fim de governo e a tentativa de cumprir o dever até o fim, vejo-me submetido a pressão do volume de providências a tomar em tempo tão curto. Muita gente quer resolver pendências agora, seja como for.

Já tive fim de governo outra vez, quando entre 2001 e final de 2008 fui pelos primeiros oito anos vice-prefeito da cidade. Naquela época não houve tanto tumulto, que eu me lembre.

Se agora há, deve ser por por efeito da pandemia do novo coronavírus, que submete a humanidade a riscos e instabilidades sem precedentes.

Uns têm medo (nunca excessivo), cuidam de se protegerem; outros tantos não estão nem aí para o vírus e praticam com toda sorte de desatenção para com as normas sanitárias, principalmente agora em que, apesar de tudo, o clima é de festa.

Enquanto isso, a gente fica sabendo por estudos baseados em informações do IBGE e de outras fontes, que em torno de 93 milhões de brasileiros (53% da população em idade de trabalhar) ficaram sem trabalho em 2020.

E não há sinal de melhora substancial da economia.

Prenunciam-se muito desespero e luta, certamente.

Mas sobre isso a gente escreve a partir de janeiro. Melhor experimentar a descontração possível, valorizando cada instante neste fim de ano de tensões e incertezas, sem perder a esperança.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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