O vírus me pegou

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Foto: Arquivo pessoal

Parecia uma rinite severa decorrente do refluxo gastresofágico. Mais o desgaste físico acumulado pelo excesso de trabalho. Nada mais,

Mas não era.

A sonolência, a rinite e uma intermitente diarreia na verdade compunham o anúncio de que o coronavírus havia me alcançado.

A testagem na segunda-feira confirmou.

O diabo é que aqui entre nós, nos círculos mais próximos que frequento, inclusive na direção do Partido, encho o saco de todo mundo insistindo que todos devem redobrar os cuidados para não contraírem a doença.

É que, na a melhor intenção de dinamizar os trabalhos relativos ao 15º Congresso do PCdoB, alguns dirigentes têm se deslocado até o interior para reuniões presenciais, submetendo-se ao risco de infecção.

O Congresso flui pelo mecanismo da vídeo conferência. Mas tem gente apressada em retomar atividades presenciais a todo custo!

Porém o vírus é traiçoeiro e vingativo. Talvez tenha me escolhido exatamente por isso.

Aproveitou um descuido casual e mandou brasa.

Menos mal que, pelo menos até agora, no sétimo dia de enfermidade, a doença tem se apresentado na forma clínica leve.

O que mais me incomoda é a astenia prolongada, que me deixa apegado à cama e sem vontade de fazer coisa alguma.

Em toda a minha vida, nunca dei intimidade à preguiça.

É uma chatice.

Minha rotina diária, que inclui logo cedo o acesso às notícias e a anotação das minhas primeiras impressões sobre o andamento da situação política e outras questões relevantes, segue temporariamente interditada.

Em 15 anos completados em junho último, jamais tinha passado um dia sequer sem algum registro no meu blog — agora em compasso de espera, tanto quanto meus perfis Instagram, o Twitter e o Facebook. Também aguarda o canal no YouTube.

Aqui no Vermelho é que eu não poderia faltar com minha coluna, nem sempre interessante (reconheço), que há exatos 19 anos, mantenho às quintas feiras. Desde a primeira semana em que o portal estreou na internet, sem uma falta sequer.

O fato é que, a se confirmar plenamente o quadro clínico atual, mais alguns dias pela frente retornarei à vida cotidiana dentro da “normalidade” que a pandemia nos permite.

Enquanto isso, sigo sob os cuidados de Luci, convertida momentaneamente em enfermeira, que felizmente não está infectada e se multiplica em afeto e solidariedade.

Até a próxima quinta, gente.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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