Petardo: Olavo, Malafaia e brigas no laranjal

Notas de Altamiro Borges

Ninguém se entende no laranjal de Bolsonaro. Até os mais fanáticos estão em guerra. Na semana passada, o filósofo de orifícios Olavo de Carvalho obrou nas redes sociais que tudo de ruim que ocorre no Brasil vem de “uma ou várias” instituições – e detonou até as aliadas “igrejas evangélicas”.

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“Não que elas em si sejam necessariamente más, mas quem quer que suba na hierarquia de uma delas acaba tentando usá-la para tirar vantagem e foder com o resto da população”, fuzilou o guru de Bolsonaro, que ainda pregou que a influência das igrejas evangélicas no atual governo deve ser coibida!

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Na sua confusão mental, o “astrólogo da Virgínia”, segundo definição do general-vice Hamilton Mourão, detonou as “Forças Armadas, Partido Comunista, Maçonaria, Igreja Católica e Evangélicas” e obrou: “Demolir o prestígio dessas instituições seria tirar de milhões de picaretas a arma do crime”

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A diarreia intelectual de Olavo de Carvalho irritou o “ético” Silas Malafaia. Nesse domingo, o “pastor” bolsonarista retrucou: “O que esperar de um idiota? Idiotices… As igrejas causam mal? Ou será que é um idiota que vive escondido em outro país dando palpite?”

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O “pastor” ainda fez um descarrego no guru do “capetão”. “Eu sou amigo do Bolsonaro. Não nomeei ninguém no governo… Quem é que nomeou gente no governo? Nós ou um astrólogo idiota, que anda falando asneira e trazendo problema ao invés de contribuir para o bem da nação?”

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A briga no laranjal não se limita à refrega entre o “pastor” e o guru do “capetão”. No final de fevereiro, o general Décio Brasil foi exonerado do cargo de Secretário Nacional de Esportes. Para o seu lugar foi indicado Marcelo Magalhães, padrinho de casamento de Flávio Bolsonaro.

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O general não engoliu a humilhação do capitão. Segundo a Folha, “ex-secretário do Esporte diz acreditar que foi exonerado por ter resistido a atender ao pedido de nomear para o cargo um amigo de Flávio Bolsonaro. ‘Talvez tenha desagradado o presidente’, diz o general Décio Brasil.

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A mesma Folha relata que “a escolha de Marcelo Magalhães para comandar a Secretaria Especial do Esporte desagradou a militares que, desde o início da gestão, davam as cartas na área. Apelidado de Marcelo Negão, o padrinho de Flávio Bolsonaro é o primeiro não militar a assumir o cargo”.

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Após afirmar que Bolsonaro” é “impulsivo”, o general enxotado lamentou sua troca pelo padrinho de casamento do zero-um. “Infelizmente, o nosso trabalho está sendo jogado no lixo e a gente fica frustrado”. Marcelo Magalhães é o terceiro a chefiar a Secretaria Nacional de Esportes.

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“A decisão frustrou grande parte dos militares que hoje ocupam cerca de 20 dos mais de 90 cargos da Secretaria de Esportes. A expectativa é de que por volta de um terço do grupo deixe o órgão nos próximos dias”, informa a Folha. Será mesmo? Os milicos se acovardaram no laranjal de Bolsonaro!

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Enquanto olavetes, “pastores” e milicos brigam no laranjal, um ex-bolsonarista dá risada. O deputado-pornô Alexandre Frota, hoje no PSDB, voltou a agitar o pedaço ao revelar que os cenários das lives (transmissões ao vivo) do “capetão” na campanha eleitoral de 2018 foram armados. Era tudo fake news!

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Em entrevista à Época, o ex-bolsonarista Alexandre Frota deu detalhes: “Tudo era armado nas lives para [Bolsonaro] parecer um cara do povo. A prancha de surfe era colocada, o uso do chinelo, leite Moça, tudo era pensado para mostrar que ele era o cara do povo. Sempre foi armado”.

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Até a camisa pirata do Palmeiras era fake news. “Tudo proposital”, debochou Alexandre Frota. Ele ainda comparou o estilo de vida “simples” do capitão com o uso atual do cartão corporativo da Presidência. Até setembro passado, Bolsonaro desembolsou mais de R$ 4,5 milhões no cartão.

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