Políticas para a juventude

Ativistas do hip-hop estiveram presentes no lançamento do programa para a juventude do candidato ao governo de São Paulo José Genoino, no dia 28 de agosto.

O debate contou com a participação de Lobão, Nasi (vocalista do Ira) , Aliado G (do grupo de rap "Face da Morte"), além de entidades como Pastoral da Juventude, Juventude do PT, ONG’s, UJS, posses e alguns grupos musicais.

No sentido horário Aliado G., Lobão, Genoino, Nasi, Rodrigo e Marquinhos

O primeiro dos convidados a falar foi o Nasi, que lembrou de seus avós que morreram na guerrilha do Araguaia e falou sobre direito autorais, produção cultural e jabá (valor pago para as rádios veicularem músicas).

Lobão foi o seguinte e comentou que, embora ainda vote no Rio de Janeiro, está se mudando para São Paulo, e que o momento é de transformação, porque a falência do neoliberalismo vem à flor da pele e comentou: “O estado de São Paulo deve se imunizar do Maluf”.

Aliado G. diz que desde seus seis anos de idade já ouvia falar do Genoino. Seu pai tem a 4ª série primária, mas desde pequeno já o politizava. “Não via a hora de completar dezesseis anos para tirar o título”. Lembrou que o seu cd Manifesto Popular Brasileiro traz no encarte algumas fotos, entre elas, a do Genoino, porque apóia todos os que têm os mesmos ideais; os que são “de luta e a favor da transformação”. Levando isso em conta, disse que chegam a ser piada os adversários do Genoino para o governo de São Paulo. Lembrou também que um cd seu anterior, que saiu há mais de três anos, trazia frases que dizia: “Maluf rouba mas faz. Você decide se vale a pena ver de novo outro Fernando ou Ciro Gomes fabricado pela Globo (…), ou um Serra como agente funerário.”

Genoino agradeceu o apoio de todos e disse que sua razão de ser político poderia ser resumida num único objetivo: “Através da política, dar oportunidades”.

Lembrou de sua juventude quando foi expulso da faculdade e preso político no Carandiru, que pretende transformar em grande centro multifuncional da juventude.

“Sou ainda um militante das causas do autor, e das relações com a produtora”, e acrescentou: “Criação é humana e não S.A., porque a S.A. não tem cabeça, não tem coração. Quem cria é dono de sua obra. Quis colocar na constituinte que a criação é um direito fundamental do ser humano”.

Criticou a progressão continuada, dizendo que da maneira que foi implementada não passa de “aprovação automática”, culpa do neoliberalismo que transforma alunos em números. Comprometeu-se em criar no estado de São Paulo, em parceria com as prefeituras, a Estação Juventude – espaço público de manifestação e criação cultural. Isso tudo, segundo o candidato, será acessível porque seu projeto conta com parcerias de entidades e empresas sérias fora da lógica do mercado. “É mais barato pagar uma bolsa trabalho para o jovem prestar serviços sociais do que os 27 milhões anuais que são gastos pela Febem.”

Complementou dizendo que irá dividir esta política com os jovens e aceitou a proposta da UJS de criar um Conselho Estadual de Juventude.

“Tá tudo aí pra nós; é só saber chegar.” Racionais Mc’s

O movimento hip-hop cada vez mais ganha espaço e respeito nas discussões sociais. Devemos nos preparar e comparecer nestas oportunidades para discutir os problemas que conhecemos bem: os problemas da periferia, os problemas da juventude.

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